O recado de Rodrigo Pacheco a Bolsonaro sobre o Bolsa Família
Presidente do Senado dá sinais de que reforma do imposto de renda não deve andar depressa
O presidente do Senado, Rodrigo Pacheco, deixou bem claro que o ministro da economia, Paulo Guedes, não deve contar com a reforma do imposto de renda como fonte de custeio para um programa social que reduza custo do gás de cozinha ou aumente e amplie o Bolsa Família. Pacheco disse a jornalistas na tarde desta terça-feira, 5, que o Bolsa Família é uma prioridade e por isso pede que o ministério da economia apresente e estude alternativas para a fonte de custeio e avisa que e equipe econômica não deve apostar todas as fichas num único projeto, que sequer foi apreciado ainda pelo Senado. “Não é razoável. É até temerário”, disse Pacheco sobre ter apenas a reforma do imposto de renda como alternativa. Todos os sinais mostram que o Senado não deve aprovar o projeto neste ano e mesmo o relator, senador Angelo Coronel, já disse que quer ter tempo para ouvir a sociedade e não vai apresentar relatório sob pressão.
O ministro Paulo Guedes vem defendendo a ideia de usar os recursos que serão obtidos com a reforma do imposto de renda para elevar o valor do Bolsa Família para 300 reais, um reajuste de 50% no valor atual. Mais cedo, em evento da Federação Brasileira de Bancos (Febraban) e Confederação Nacional da Indústria, o presidente Rodrigo Pacheco já havia dito não era razoável discutir um novo modelo de Imposto de Renda sob o pretexto de que seria a única saída para ter um Bolsa Família no Brasil.
Na noite desta terça-feira, o presidente Jair Bolsonaro sancionou a Lei de Diretrizes Orçamentárias de 2021, que justamente autoriza o governo a usar a arrecadação oriunda das mudanças no Imposto de Renda para bancar o Auxílio Brasil. Não vai ser simples.