Grubisich se recusou a fazer parte da lista de delatores da Odebrecht
Quatro anos depois, executivo confessa os crimes à Justiça americana e pode pegar até 10 anos de prisão
O ex-presidente da Braskem, José Carlos Grubisich, foi avisado pelos advogados da Odebrecht que seu nome aparecia nas delações premiadas dos 78 executivos da empresa, que é uma das principais acionistas da petroquímica. Grubisich chegou a ser convidado a participar do acordo coletivo, que envolvia também a Justiça americana, mas acreditou que não era para tanto. Nesta quinta-feira, 15, quase quatro anos depois, ele confessou à Justiça dos Estados Unidos que fez parte do esquema de propinas que desviou 250 milhões de dólares da empresa. Segundo comunicado de Departamento de Justiça americano, o executivo também se beneficiou pessoalmente e, assim, ele também concordou em ter 2,2 milhões de dólares de seus bens confiscados. O juiz do caso ainda vai determinar a pena, que pode chegar a 10 anos de prisão. Com a confissão, pode haver redução do tempo. O executivo foi preso nos Estados Unidos, há dois anos, quando ainda acreditava que tinha se saído bem do episódio “Lava Jato” e acabou preso assim que botou os pés no aeroporto de Nova York.
Grubisich também foi presidente da Eldorado Celulose, do grupo J&F Investimentos, que a exemplo da Odebrecht assinou acordos de colaboração com a Justiça brasileira. Na Eldorado, Grubisich assinou contratos de consultorias de energia com empresas do ex-operador de Eduardo Cunha, Lucio Funaro, que também é delator na Justiça.