Eduardo Bolsonaro politiza o touro de ouro na B3
Bolsa ganhou uma crise de imagem ao aceitar o presente de sócio da XP
O touro de ouro colocado em frente à B3 só deixou um rastro de intrigas, críticas e confusão para a bolsa. O touro virou até uma questão política. Eduardo Bolsonaro, o deputado filho 03 do presidente, politizou a escultura dizendo que sua retirada atende demandas da esquerda. O sócio da XP, Pablo Spyer, que deu o touro de presente à bolsa, logo agradeceu a manifestação de Eduardo. Spyer é conhecido por falar um tanto meio gritado e um tanto meio como narrador de futebol sobre o mercado financeiro, nas redes sociais. Seu mascote é justamente um touro de ouro. Bom de marketing, ele convenceu toda a diretoria da B3 que seria uma boa ideia fazer uma versão gigante do seu touro para colocar no calçadão em frente ao prédio da bolsa, no centro de São Paulo. A inauguração contou até com a presença de Guilherme Benchimol, o bilionário fundador da XP, e o presidente da B3, Gilson Finkelsztain.
Em um país em que a fome virou pauta, crescem os moradores de rua e as pessoas não têm dinheiro para comprar carne, o touro gordo logo sofreu uma enxurrada de críticas. Em vez de virar símbolo de um mercado acionário pujante, foi pichado e teve um cartaz escrito FOME colado em seu traseiro. Spyer até tentou marcar uma ação para que as pessoas pudessem fazer doação de alimentos, quando visitassem a escultura. Mas o fim foi previsível. Na tarde da terça-feira, 23, a comissão de limpeza urbana da prefeitura considerou que o touro é uma peça publicitária e viola a lei da Cidade Limpa. Na mesma noite, o touro foi retirado. Benchimol se manifestou em suas redes dizendo ser um absurdo a retirada do touro. “Um dos maiores absurdos que já vi. O touro é um símbolo mundialmente conhecido pela sua virilidade e prosperidade”.