Credor tenta receber de empresa falida de João Lyra e vira devedor da neta
Juíza condena credores a pagar indenização por uso indevido de imagem de neta de ex-deputado em um processo no Conselho Nacional de Justiça
Os credores da bilionária falência da empresa Laginha Agro Industrial não andam com muita sorte e além de não receber o que lhes é devido no processo falimentar ainda terão que pagar uma indenização à neta do dono da empresa. A Laginha era uma empresa do ex-deputado federal João Lyra, de Alagoas, e faliu em 2014, deixando um rastro de 2 bilhões de reais em dívidas espalhados por 19 mil credores. Uma parte dos credores, com a demora no processo de liquidação da falência, resolveu contestar no Conselho Nacional de Justiça (CNJ) a atuação de um desembargador, Klever Loureiro, que era relator do caso. Loureiro deixou o caso porque assumiu, no início do ano, a presidência do Tribunal de Justiça de Alagoas. Segundo esse grupo de credores no processo do CNJ, o desembargador teria dificultado coisas básicas de um processo falimentar como leilões de ativos e teria até mesmo feito a substituição do administrador judicial por um nome ligado à família de Lyra.
Na argumentação no CNJ, os advogados queriam mostrar que o novo administrador tinha laços pessoais com a família de Lyra e usaram um print de uma tela do Facebook com fotos de uma neta do ex-deputado. Não adiantou argumentar que a imagem só foi reproduzida em um processo do CNJ, que não era público. No começo de maio, a juíza do 7° Juizado Especial Cível de Maceió, Silvana Lessa Omena, condenou dois dos credores a pagar 6 mil reais, cada um, à neta de Lyra por uso indevido de imagem. Se a moda pega, são mais de 45 os nomes de credores e advogados de credores no processo do CNJ.