CEO da JBS acredita que inflação de carne bovina dará trégua em 2021
Para Gilberto Tomazoni, reajuste nos preços deve se normalizar em 2021; abastecimento de mercado interno é prioridade, segundo empresa
As vendas dos supermercados explodiram em 2020. Tidos como essenciais, esses estabelecimentos não fecharam nos momentos de maior disseminação do novo coronavírus no país e se transformaram em vetores para a retomada do consumo das famílias. O resultado disso, aliado ao avanço do dólar frente ao real e ao aumento da demanda de produtos brasileiros por parte das nações asiáticas, está sendo visto agora: disparada na inflação dos itens que compõem o dia a dia da mesa do brasileiro. Segundo dados do IBGE, o preço da carne sozinho subiu 13,9% no ano. Em novembro, a alta foi de 6,54%, tornando-se o produto que apresentou a alta mais exacerbada do indicador. Apesar do sinal de alerta, Gilberto Tomazoni, CEO da JBS, acredita que o preço do produto deve se ajustar no início de 2021. Ele ainda descarta qualquer possibilidade de desabastecimento do mercado interno.
“Olhando especificamente para o ano que vem, o cenário é de normalização. Não vejo possibilidade de desabastecimento de carne. Temos como prioridade abastecer o mercado interno. Desabastecer o Brasil para se aproveitar das exportações nunca foi uma opção para nós”, afirma Tomazoni. “O preço do boi subiu muito. Ele atingiu o limite e agora está voltando. Isso deve ajustar a oferta e o consumo”. Por outro lado, o executivo acredita que a China e o patamar do dólar serão os fieis da balança para os preços da commodity. “A China está comprando mais. Não só carne, mas milho e soja também. A gente não sabe se é para refazer estoque ou se o consumo está maior por lá para justificar esse aumento na importação. Para algumas coisas, ainda não há resposta”, afirma.