Centrão trata “reação da Faria Lima” como ataque especulativo anti-Lula
Ala política quer neutralizar qualquer tentativa de derrubar o novo Bolsa Familia
A área política do governo, liderada pelo Centrão, que decidiu fazer o novo Bolsa Família a 400 reais com ou sem teto de gastos, tratou o que chamam de “reação da Faria Lima” como um ataque especulativo e uma ação política anti-Lula. Anti-Lula porque o mercado estaria neste momento querendo destruir a polarização para viabilizar um candidato de centro-direita e para fazer isso bastaria destruir Bolsonaro. Era assim que o Centrão vendia ontem a narrativa no Palácio do Planalto, tentando neutralizar qualquer outra versão que viesse a se opor ao arranjo feito para viabilizar o novo auxílio.
Pouco antes de o presidente Jair Bolsonaro decidir ir até o ministério da economia para certificar a todos que Paulo Guedes ainda era seu ministro, a bolsa caía pouco mais de 4% e o dólar chegou a bater 5,72 reais. Se continuasse nesta pegada, a bolsa teria registrado a maior queda semanal desde 2011, desconsiderando, claro, as duas primeiras semanas da pandemia em que as bolsas perderam mais de 15% por semana. No fim, quando Guedes e Bolsonaro posaram juntos para a foto, os mercados se acalmaram.