Bolsa tem terceira alta consecutiva e passa de 114 mil pontos
VEJA Mercado: reuniões sobre as políticas de juros brasileira e americana vieram dentro do esperado, e investidor entende que o risco Evergrande diminuiu
VEJA Mercado | Fechamento | 23 de setembro.
O Ibovespa caminha para o fim da semana em mares mais calmos. Pelo terceiro dia consecutivo, o índice fechou em alta, desta vez de 1,59%, a 114.064 pontos. A calmaria é fruto de um ambiente externo e doméstico positivo. Os mercados não acreditam que a Evergrande irá quebrar de uma hora para outra e deve acontecer o que os analistas chamam de “quebra assistida”. A reunião do Fed sobre o futuro dos juros e o início do chamado tapering, a retirada dos estímulos na economia norte-americana, teve um desfecho dentro do esperado, numa política considerada “transparente” pelos gestores. “Tivemos de tudo um pouco nesta semana. O mercado vê bem a injeção de dinheiro na economia chinesa para não causar um estrago tão grande nas incorporadoras e nas empresas do resto do mundo. Sobre o Fed, as autoridades são bem transparentes para definir o início e a duração do tapering e, portanto, o clima de incerteza sobre esse assunto diminui e as bolsas sobem, mesmo com uma provável subida nos juros já no final de 2022″, avalia Rodrigo Knudsen, gestor da Vitreo.
As siderúrgicas tiveram mais um dia de altas expressivas, embora o minério de ferro tenha ficado estável na China. A percepção é de que as ações da bolsa como um todo estão muito baratas. Usiminas e Gerdau fecharam em altas de 9,25% e 5,63%, respectivamente. A Embraer subiu 12,16%, a maior alta do dia, após a companhia fechar um acordo com a Bristow para a venda de 100 carros voadores. A boa perspectiva de retomada da aviação e do turismo também ajudou positivamente. CVC, Gol e Azul fecharam em altas de 6,91%, 3,76% e 3,61%, respectivamente.
Embora o Copom tenha tido um resultado dentro daquilo que o mercado esperava — alta de 1 ponto percentual na Selic –, a ata da reunião trouxe alguma preocupação para os investidores. “A leitura de Copom foi mista. Em uma parte do comunicado, há um trecho que afirma que o o ciclo dos juros pode chegar a territórios mais contracionistas para segurar a inflação. Ou seja, ainda há o risco de que esse ciclo de altas seja mais agressivo”, diz Knudsen. Juros sempre prejudicam as construtoras e o varejo, uma vez que a tomada de crédito fica menos atrativa. Os setores figuravam entre as maiores baixas do dia. Eztec e Cyrela fecharam em quedas de 5,18% e 4,33%, enquanto Magazine Luiza e Americanas recuaram 2,88% e 2,63%, respectivamente.