Bolsa fica estável com anúncio do Auxílio Brasil sem engrenagem financeira
VEJA Mercado: governo quer usar a PEC dos precatórios para pagar o novo programa, mas investidores ficam em dúvida e sentem falta de esclarecimentos
VEJA Mercado | Fechamento | 20 de outubro.
O Auxílio Brasil foi anunciado pelo Ministério da Cidadania na tarde desta quarta-feira, 20, mas a grande questão para o mercado financeiro ainda não foi respondida: de onde vai sair o dinheiro? Oficialmente, o governo diz que vai respeitar o teto de gastos e que espera a aprovação da PEC dos precatórios para ter a verba para o novo programa social, mas isso não convenceu os investidores. “A votação da PEC tem sido adiada há semanas, logo, não houve nada de concreto no anúncio de hoje. O mercado ficou no zero a zero. É ver para crer, mas o benefício transitório de 400 reais me parece ter viés eleitoreiro e deve pressionar a inflação se for confirmado”, avalia Rodrigo Friedrich, chefe de renda variável da Renova Invest. O Ibovespa, que oscilou bastante entre ganhos e perdas ao longo da sessão, fechou em leve alta de 0,1%, a 110.786 pontos.
As altas foram sustentadas pelo setor bancário, que se beneficia da escalada do mercado de juros futuros. Além disso, os analistas lembram que os resultados expressivos dos bancos norte-americanos no terceiro trimestre podem refletir em bons números por aqui. Santander, Bradesco e Itaú fecharam em altas de 3,2%, 3% e 2,3%, respectivamente. Na outra ponta, as mineradoras e siderúrgicas ainda sentem os efeitos da desaceleração da atividade econômica chinesa. O sobe e desce da cotação do minério de ferro revela novas incertezas ao setor. Usiminas e Vale recuaram 3,9% e 3,3%, respectivamente.
O dólar fechou em queda de 0,59%, a 5,56 reais. Pelo terceiro dia consecutivo, o Banco Central fez leilões para tentar conter o avanço da moeda americana. Hoje, foram dois, que totalizaram 1,2 bilhão de dólares em swap cambial.