Bolsa encerra ciclo de altas e inicia movimento de correção nas ações
VEJA Mercado: mesmo com indicadores econômicos positivos, a expectativa é que o índice ceda nos próximos dias em função das altas nos últimos pregões
VEJA Mercado fechamento, 8 de junho.
A sequência de altas foi interrompida. Após quebrar o recorde histórico de pontos por seis pregões em sequência ao emendar oito altas consecutivas, o Ibovespa caiu 0,76% nesta terça-feira, 8, a 129.787 pontos. O movimento de correção é considerado natural pelos analistas e acontece para que sejam abertas novas oportunidades de compra. Mesmo com a queda, o mercado reagiu bem aos números do varejo, que registrou o melhor mês de abril em 21 anos e surpreendeu positivamente os especialistas. “Isso não passa de uma correção habitual, não há nada que assuste, nada de anormal. Prova disso é que o dólar não está subindo mesmo em um dia não muito bom para a bolsa”, analisa Bruno Musa, economista e sócio da Acqua-Vero Investimentos. Às 17h, a moeda americana operava em queda de 0,1%, a 5,03 reais.
Em suma, mesmo com indicadores econômicos positivos, não se surpreenda se o Ibovespa voltar a contabilizar quedas nos próximos dias. “Acredito que esse movimento de correção deve continuar para que se abram novas oportunidades de compra, mas nada que mude a tendência de alta do mercado em função do bom momento da economia”, projeta Rodrigo Barreto, analista da Necton Investimentos.
A queda mais expressiva do dia foi a da Braskem, menos 6,36%, corrigindo a valorização de 20% nos últimos quatro pregões. “O mercado inteiro deve entrar em movimento corretivo. A recomendação é sair do papel, está muito esticado e andou 140% no ano”, enxerga Barreto. É o mesmo caso da BRF, que cedeu 2,46% nesta terça-feira, em função da compra expressiva de ações feita pela Marfrig, que agora detém quase um terço da companhia.
Mas, apesar das correções, as ações de varejo subiram. Foi o caso da Via que registrou a maior alta do dia, 4,37%, assim como os da B2W, que subiram 1,02%. Outro destaque positivo foi o desempenho da Petrobras (PETR3), que valorizou 2,40% novamente em função da disparada no preço do petróleo tipo Brent, cotado a 72,37 dólares às 17h19 (alta de 1,24% no dia). A CVC divulgou antes da abertura que quer ir a mercado e contratou bancos para fazer uma oferta primária, movimento que agradou os investidores ao longo do dia e as ações da companhia fecharam o dia em alta de 1,89%. Outro fator que vem contando a favor da empresa é a retomada da atividade econômica e o avanço da vacinação no país, que permitiria o crescimento do turismo.