Assine VEJA por R$2,00/semana
Imagem Blog

Paulo Cezar Caju Materia seguir SEGUIR Seguindo Materia SEGUINDO

Por Paulo Cezar Caju
O papo reto do craque que joga contra o lugar-comum
Continua após publicidade

O futebol piorou e o racismo triplicou

Na década de 60, também fui vítima de racismo no Sul. Se tivesse me revoltado, talvez meu destino fosse o mesmo de João Alberto Silveira Freitas

Por Paulo Cezar Caju Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO Atualizado em 23 nov 2020, 17h04 - Publicado em 23 nov 2020, 14h00

Na década de 60, em uma excursão pelo Sul, com o time do Botafogo, me deparei com um cartaz na porta do restaurante em que íamos almoçar: É PROIBIDA A ENTRADA DE NEGROS. Claro que até hoje essa mensagem retorna à minha mente, volta a me atormentar. Se eu insistisse em entrar, gritasse com o porteiro, talvez tivesse o mesmo cruel destino de João Alberto Silveira Freitas, assassinado há alguns dias por seguranças do Carrefour, também no Sul do país. O que mudou de lá para cá? O futebol piorou e o racismo triplicou.

O americano George Floyd foi assassinado em maio desse ano e o mundo se mobilizou. Manifestações, discursos, planos de marketing, palanques e muitas camisas com a inscrição VIDAS NEGRAS IMPORTAM inundaram as ruas. Camisetas com o design bonito, cores chamativas, o velho e bom oportunismo de sempre. Aí vendem adesivos, plásticos para carros, canecas, uma farra. Os negros devem se mobilizar, se candidatarem, vencerem as eleições e criarem leis justas e eficientes. Os jogadores de futebol nada falam e vivem seu mundo de fantasia, alheios a tudo e a todos. E de depoimentos também já estou cheio!

  • Relacionadas

As empresas estão pouco se lixando e agem como os times que vão jogar na casa dos adversários: seguram a pressão dos primeiros quinze minutos, depois tudo volta ao normal. Mas o que esperar do mundo do futebol se em plena pandemia os jogos acontecem naturalmente? Pior são os locutores e repórteres de campo trocando informações sobre o tema com a maior naturalidade…. ‘’O Santos entra em campo desfalcado de 10 jogadores…”. Mas o minuto de silêncio no início da partida não pode faltar, afinal é importante passar uma imagem de pesar para o telespectador.

Continua após a publicidade

Os sindicatos não falam nada e os jogadores nunca falaram mesmo. Quem é a liderança dos jogadores, quem representa a classe? Quem representa os negros, quem nos representa? Os supermercados tem seus representantes e são poderosíssimos. Já já a classe artística vai preparar uma live sobre o tema Carrefour, algum gênio vai compor uma música que será cantada por celebridades e dessa forma poética vamos tapando o sol com a peneira. Nos faltam líderes, referências, ideias, luz. Não é só esse vírus que nos tranca em casa, mas o medo dessa truculência, o medo de estar só em um mundo de loucos.

Assine DAZN | 30 dias grátis para curtir os maiores craques do futebol mundial ao vivo e quando quiser!

Publicidade

Matéria exclusiva para assinantes. Faça seu login

Este usuário não possui direito de acesso neste conteúdo. Para mudar de conta, faça seu login

Domine o fato. Confie na fonte.

10 grandes marcas em uma única assinatura digital

MELHOR
OFERTA

Digital Completo
Digital Completo

Acesso ilimitado ao site, edições digitais e acervo de todos os títulos Abril nos apps*

a partir de R$ 2,00/semana*

ou
Impressa + Digital
Impressa + Digital

Receba Veja impressa e tenha acesso ilimitado ao site, edições digitais e acervo de todos os títulos Abril nos apps*

a partir de R$ 39,90/mês

*Acesso ilimitado ao site e edições digitais de todos os títulos Abril, ao acervo completo de Veja e Quatro Rodas e todas as edições dos últimos 7 anos de Claudia, Superinteressante, VC S/A, Você RH e Veja Saúde, incluindo edições especiais e históricas no app.
*Pagamento único anual de R$96, equivalente a R$2 por semana.

PARABÉNS! Você já pode ler essa matéria grátis.
Fechar

Não vá embora sem ler essa matéria!
Assista um anúncio e leia grátis
CLIQUE AQUI.