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Não gostar de futebol não torna você uma pessoa mais inteligente

"E cá entre nós: você já é grandinho o suficiente para deixar de se esconder atrás dessas bobagens a fim de parecer mais politizado do que é"

Por Rodrigo da Silva
Atualizado em 14 jun 2018, 11h31 - Publicado em 14 jun 2018, 11h14

Ei, repetidor de clichês.

Você pode gostar de futebol e discutir o cenário político ao mesmo tempo. Não há nada de errado com isso. É humanamente possível contar as horas pra torcer para o seu país na Copa do Mundo e protestar contra o governo. Acredite, dá pra fazer as duas coisas no mesmo dia.

Parece reconfortante repetir esse discurso, mas não há qualquer razão para condenar o nosso gosto pelo futebol. Pelo contrário. O futebol não é apenas um genuíno motivo de orgulho nacional — e nós somos realmente muito bons nisso — como parte do nosso subdesenvolvimento pode ser explicado pela quase unanimidade que esse tipo de lugar-comum encontra eco por aqui. No mundo real é esse tipo de bobagem que emburrece e aliena o nosso debate político, e não o Galvão Bueno. Ou você realmente acreditou em algum momento que há algo que conecte a nossa predileção por um determinado esporte com as decisões econômicas estúpidas do governo?

Vou dar uma dica: nós sequer estamos sozinhos nessa. Nos próximos dias, multidões tomarão as ruas de alguns dos cantos mais desenvolvidos do planeta para festejar a Copa do Mundo – um evento que só em 2014 reuniu 3,2 bilhões de espectadores ao redor do planeta.

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É isso o que irá acontecer na Suécia. E na França. E na Suíça. E na Bélgica. E na Dinamarca. E na Coreia do Sul.

Na Islânda, um país com 330 mil habitantes com o nono melhor índice de desenvolvimento humano do planeta, 66 mil pessoas são esperadas para embarcar à Rússia para acompanhar o evento. Um em cada cinco islandeses.

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Quando a Alemanha, a maior economia da Europa, faturou a última Copa do Mundo, centenas de milhares de pessoas tomaram as ruas de Berlim para festejar a conquista. O país literalmente parou: 86,4% dos televisores estavam ligados acompanhando a final. Foi a maior audiência da história da televisão alemã.

E você pode dar de ombros pra tudo isso, claro. Ninguém é obrigado a acompanhar a Seleção Brasileira, nem a gritar ensandecidamente toda vez que um marmanjo vestido de amarelo empurrar uma bola com o pé para uma rede. Mas não gostar de futebol não torna ninguém mais inteligente – nem faz você se importar mais com os nossos problemas sociais. A vida felizmente não é um eterno debate sobre as questões mais profundas da humanidade. Há muita coisa além disso. A Copa do Mundo é uma delas. E cá entre nós: você já é grandinho o suficiente para deixar de se esconder atrás dessas bobagens a fim de parecer mais politizado do que é.

* Texto originalmente publicado por Rodrigo da Silva, 30, jornalista e fundador do site Spotniks, no Facebook .

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