Litoral do Paraná tem porto vazio, bloqueio de ferrovia e aulas suspensas
Postos das cidades litorâneas estão sem combustível desde a manhã desta quinta-feira, 24; bloqueios nas estradas permanecem
Uma das regiões do Paraná mais prejudicadas pela paralisação dos caminhoneiros é o litoral do estado. De acordo com o Sindicombustíveis-PR, as cidades litorâneas estão sem gasolina e álcool desde a manhã desta quinta-feira, 24. Conforme a Polícia Rodoviária Federal (PRF), a principal rodovia que liga o litoral ao interior do estado, a BR-277, permanece bloqueada.
Em Paranaguá, maior cidade do litoral paranaense, com 151.000 habitantes, as aulas da rede municipal foram suspensas, a circulação de ônibus, reduzida, e a coleta de lixo reciclável e entulhos, paralisada. “A empresa que nos fornece combustível já informou que não consegue chegar aqui. Se a greve continuar, poderá acarretar na paralisação geral dos serviços da prefeitura”, disse o prefeito Marcelo Roque (Pode).
No Porto de Paranaguá, maior porto exportador de produtos agrícolas do Brasil, a chegada de caminhões com grãos está paralisada. Na tarde desta quinta, o pátio reservado para os caminhões graneleiros estava totalmente vazio. O embarque se mantém com a reserva acumulada, mas o estoque tem caído rapidamente. Por volta das 17h30 desta quinta, metade da capacidade dos armazéns estava ociosa.
A importação de fertilizantes também foi interrompida em berços de atracação em que o transporte de cargas é feito por caminhões. Permanecem funcionando os berços que operam com esteiras. Com isso, o desembarque de fertilizantes caiu de 25.000 toneladas para 10.000 toneladas.
Na cidade vizinha de Morretes, integrantes do movimento dos caminhoneiros colocaram pneus e troncos sobre os trilhos da linha férrea da Rumo Logística, que segue até o porto. Um trem, que seguia para o complexo portuário da baia do Porto de Paranaguá, foi parado pelos manifestantes. A empresa informou que já tomou as providências legais para desobstruir o trecho.
Em Guaratuba, além de combustível já começam a faltar outros produtos. “O gás de cozinha acabou e legumes e frutas estão acabando”, diz o empresário Pablo Guerreiro Lourenço, morador da cidade. Apesar disso, segundo ele, o clima ainda é de relativa tranquilidade.