Assine VEJA por R$2,00/semana
Imagem Blog

Paraná Materia seguir SEGUIR Seguindo Materia SEGUINDO

Por VEJA Correspondentes
Política, negócios, urbanismo e outros temas e personagens paranaenses. Por Guilherme Voitch, de Curitiba
Continua após publicidade

‘Família negra e feliz’ provocou reações fortes, diz diretor do Boticário

Alexandre Bouza afirma que comercial não queria discutir questão racial –'Para nós era assunto superado' – e celebra número de likes – 'Estão do nosso lado'

Por Guilherme Voitch 3 ago 2018, 19h18

Alexandre Bouza, diretor de Marketing do Grupo Boticário, levou um susto com a repercussão do comercial da empresa para o Dia dos Pais. A propaganda, que faz uma brincadeira com as dificuldades dos pais em falar a linguagem dos filhos, provocou uma guerra de comentários, e, em dez dias, tornou-se o comercial mais assistido no canal da empresa paranaense no Youtube, com mais de sete milhões de visualizações, 122 mil reações positivas e 18 mil reações negativas. “Não esperávamos até porque já fizemos outros comerciais com protagonistas negros e não houve nada parecido.”

Bouza acredita que o caráter documental do comercial pode ter feito diferença. Para ele, parte do público “estranhou” ver uma família negra, bem estruturada e feliz.

Como surgiu a ideia de fazer o comercial para o Dia dos Pais? A gente dedica bastante tempo e atenção para as datas importantes do Varejo. Sempre buscamos trazer novidades. A gente tentou exercitar um formato novo de comunicação no estilo “mockumentoring”, que é uma pessoa falando diretamente para a câmera. Parece quase um documentário. E a ideia criativa para esse ano era passar a mensagem dos pais que muitas vezes tentam falar a linguagem dos filhos e falar das coisas deles e acabam passando por situações engraçadas e até constrangedoras. Mas no final os filhos acabam reconhecendo o esforço dos pais nesse sentido.

Continua após a publicidade

E como foi perceber as reações negativas ao vídeo? A gente está acostumando a trabalhar esse tipo de campanha. Tentamos alcançar um público bastante amplo e de maneira democrática. Já trouxemos relação homoafetiva, a relação de uma mulher mais madura com um homem mais novo. Nisso algumas campanhas são melhores ou piores sucedidas com o público. Natural. Essa em particular nos impressionou muito. Não é a primeira vez que trazemos protagonistas negros nas nossas campanha. Estamos trazendo sempre mais diversidade. A campanha de Dias das Mães de 2017 tinha como protagonistas uma mãe e uma filha negras. A campanha do Malbec no final do ano passado tinha um casal negro. Não é a primeira vez. A gente acaba vendo isso como uma coisa absolutamente natural. Mas agora vimos uma reação muito forte. Não era nossa intenção nem levar qualquer discussão [racial] porque para nós isso deveria estar absolutamente superado.

Mas o que explica as reações de agora? Essa é uma coisa que tem de ser perguntada. Acho que o próprio estilo da campanha, mais documental, que imprime realidade maior, pode explicar. Você tem uma sensação de que é uma família de verdade, com os seus revesses e alegrias. Ao retratar família negra com esse grau de realismo, e, eventualmente uma família negra feliz e dentro de um ambiente bacana, isso precipitou reações mais fortes. Sinceramente não tenho nenhuma impressão mais concreta ou mais analítica. É mais uma impressão nossa do que a gente vê, que são muitos comentários invasivos. Essa não era uma campanha que trazia negros e brancos, aquelas campanhas multirraciais que também têm seu papel. Mas aqui é uma família brasileira comum, como tantas outras que a gente vê na rua e, de repente, isso é considerado diferente por uma faixa do público.

No final as reações positivas foram maiores? Com certeza. Vamos pegar o número atual [Desta sexta-feira,3]. Em uma semana estamos com 7,8 milhões de visualizações , com 122 mil likes contra 18 mil dislikes. Ficamos felizes de saber que maioria esmagadora das pessoas concorda com nosso posicionamento. Estão do nosso lado.

Publicidade

Matéria exclusiva para assinantes. Faça seu login

Este usuário não possui direito de acesso neste conteúdo. Para mudar de conta, faça seu login

Domine o fato. Confie na fonte.

10 grandes marcas em uma única assinatura digital

MELHOR
OFERTA

Digital Completo
Digital Completo

Acesso ilimitado ao site, edições digitais e acervo de todos os títulos Abril nos apps*

a partir de R$ 2,00/semana*

ou
Impressa + Digital
Impressa + Digital

Receba Veja impressa e tenha acesso ilimitado ao site, edições digitais e acervo de todos os títulos Abril nos apps*

a partir de R$ 39,90/mês

*Acesso ilimitado ao site e edições digitais de todos os títulos Abril, ao acervo completo de Veja e Quatro Rodas e todas as edições dos últimos 7 anos de Claudia, Superinteressante, VC S/A, Você RH e Veja Saúde, incluindo edições especiais e históricas no app.
*Pagamento único anual de R$96, equivalente a R$2 por semana.

PARABÉNS! Você já pode ler essa matéria grátis.
Fechar

Não vá embora sem ler essa matéria!
Assista um anúncio e leia grátis
CLIQUE AQUI.