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Política, negócios, urbanismo e outros temas e personagens paranaenses. Por Guilherme Voitch, de Curitiba
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Em depoimento, empresário confirma ter pago propina para irmão de Richa

Celso Frare disse que repassou R$ 70 mil em reunião com Pepe Richa, irmão do governador Beto Richa; "dei a po*** do dinheiro pra ele"

Por Guilherme Voitch Atualizado em 30 jul 2020, 20h20 - Publicado em 16 set 2018, 18h16

O empresário Celso Frare, dono da Ouro Verde Locações, admitiu em depoimento aos promotores do Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (GAECO) do Ministério Público do Paraná, que pagou propina em benefício do ex-governador Beto Richa (PSDB).

Frare disse que o dinheiro foi entregue em mãos ao empresário Tony Garcia, delator do esquema e na ocasião amigo pessoal do tucano, e para José Richa Filho, conhecido como Pepe Richa, irmão mais velho do governador e secretário de Infraestrutura e Logística à época. “Ele (Tony Garcia) levou o Pepe lá na minha casa. O Pepe sentou do lado. Eu dei a po*** do dinheiro pra ele e foi quando fotografaram”, disse o empresário.

A fotografia a que Frare se refere é na verdade um vídeo no qual o empresário aparece contando maços de dinheiro que seriam entregues na sequência. O vídeo foi entregue por Garcia em seu acordo de colaboração com o Ministério Público. De acordo com Frare, nessa oportunidade foram entregues R$ 70 mil a Garcia e Pepe Richa. Segundo ele, foram feitos ainda mais dois pagamentos que totalizariam cerca de R$ 500 mil em propina.

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No depoimento, Frare afirma que era de conhecimento dele e dos outros empresários que prestaram serviço para a chamada Patrulha do Campo, um programa de governo que fazia a manutenção em estradas rurais do interior do Paraná, que o dinheiro seria utilizado na campanha política do tucano. Segundo ele, o acordado é que houvesse um “recibo” de doação emitido pelo PSDB, o que nunca ocorreu.

Frare é citado em uma conversa entre o próprio Beto Richa e Tony Garcia, na qual o ex-governador manda Garcia cobrar a propina do empreiteiro depois de explicar que o pagamento do estado à Ouro Verde já tinha sido feito. “Vai pra cima”, disse.

Diálogo

Em outro áudio em poder da Justiça, Celso, Garcia e Pepe detalham o esquema das Patrulhas Rurais:
Celso: Então, nós tinha um projeto. Um projeto político. Isso aí foi feito assim como um projeto político. Pra reeleição do nosso governador. Então lá atrás desviou um pouco, mas agora tá no caminho. Então, vamos dizer assim, vai faturar “x” por mês. Oito por cento (8%) desse “x” por mês, do bruto, vai prum, cinquenta por cento (50%) o osni tá falando que pode ser dado ao mês e cinquenta por cento (50%) fica pra renovação do contrato…
Tony: Que o Pepe sugeriu ontem…
Celso: Renovou o contrato, de preferência com recibo de doação de campanha.
Pepe: Melhor. Melhor pra todos nós.

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O empresário disse estar arrependido e buscou isentar qualquer outro integrante da sua empresa. “Eu que fiz a sujeira”, disse. Ele ainda se comprometeu com os promotores a repassar um cheque de R$ 1 milhão para “reparação”.

Frare também fez referência a outros dois políticos paranaenses: o deputado federal Valdir Rossoni, ex-presidente da Assembleia Legislativa do Paraná, e ao deputado estadual Ademar Traiano, atual presidente da Casa. Ambos são do PSDB. Segundo ele, os dois dariam “apoio político” para a Terra Brasil, outra das empresas envolvidas no esquema, enquanto o verdadeiro dono do negócio seria o Edson Casagrande, ex-secretário do governo Richa que também foi preso.

Outro lado

A reportagem não conseguiu contato com a defesa de José Richa Filho. Em declaração dada aos jornalistas na saída da prisão, o ex-governador disse que ele e sues familiares iriam responder a todas as acusações e classificou a prisão como uma “crueldade”. Valdir Rossoni não foi encontrado para comentar o depoimento. A assessoria de Ademar Traiano afirmou que o deputado nega qualquer envolvimento no caso e desconhece qualquer depoimento que envolva seu nome. A reportagem não conseguiu contato com a defesa de Edson Casagrande.

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