Assine VEJA por R$2,00/semana
Imagem Blog

O Leitor Materia seguir SEGUIR Seguindo Materia SEGUINDO

Por Maicon Tenfen
Lendo o mundo pelo mundo da leitura. Este conteúdo é exclusivo para assinantes.
Continua após publicidade

Por onde anda Inri Cristo? Ou: qual o benefício do Satanismo para o mundo?

Com seu jeito bronco e charlatão, o Jesus de Indaial desmascara os preconceitos dos líderes religiosos que se acham donos da verdade

Por Maicon Tenfen Atualizado em 18 Maio 2018, 01h22 - Publicado em 18 Maio 2018, 01h14

— Inri Cristo é um dos maiores líderes religiosos que o Brasil já conheceu.

Calma, gente, calma.

É claro que se trata de uma provocação, e provocação, diga-se já, que não nasce da leviandade. O otimismo em relação ao Jesus de Indaial (SC) — que outro dia completou 70 anos — surge de uma constatação bastante simples: com seu jeito bronco e charlatão, e especialmente em seus momentos mais midiáticos, ele desmascara, sem querer, os preconceitos e a miopia dos líderes religiosos que se acham donos da verdade.

Nesse sentido, e somente nesse, Inri lembra um espetaculoso senhor que se dizia servo de satanás. Esse senhor, que também apareceu na TV com olhar e sorriso serenos, chegou a fundar uma igreja do diabo onde reunia uns poucos seguidores para adorar aquele a quem chamam de “mestre”.

Com o intuito de aprofundar a matéria, representantes de outras tendências religiosas foram questionados a respeito daquela “crença incomum”. O resultado já era esperado. Os mais mansos sugeriram tratamento psiquiátrico ao satanista. Os mais exaltados exigiram cadeia, se possível pena de morte.

Depois foi a vez do servo de satã opinar. Perguntado se aceitaria entrar numa igreja cristã, foi em frente, molhou os dedos na água benta, elogiou as estátuas de santos e as pinturas dos vitrais.

Continua após a publicidade

— Não é a minha fé — explicou —, mas respeito quem vem aqui.

Resumindo: enquanto os arautos do bem e da fraternidade deram uma aula de intolerância, o bizarro compadre do capeta até que não fez feio como exemplo de pluralismo cultural.

Com sua excentricidade desconcertante, Inri Cristo age mais ou menos na mesma linha. Seu lado cômico é muito produtivo. Como parece incapaz de demonstrar compostura ou seriedade, logo se tornou uma figura totalmente inofensiva.

O contrário acontece com muitos dos padres, pastores, obreiros e missionários que debatem com ele. Ou contra ele, melhor dizendo. Preocupados em se afirmar como proprietários da Verdade e representantes da única fé possível, acabam por desrespeitar, com uma facilidade espantosa, tudo o que soe estranho ou diferente.

Num dos muitos programas de auditório visitados por Inri, um sacerdote precisou de apenas um argumento para provar que “aquele caipira” jamais poderia ser o filho de Deus reencarnado:

Continua após a publicidade

— Quando Jesus voltar para o meio de nós, não será numa carcaça como você!

Carcaça, eis a ofensa.

Salvo engano, o catecismo ensina que Cristianismo é outra coisa.

 

Publicidade

Matéria exclusiva para assinantes. Faça seu login

Este usuário não possui direito de acesso neste conteúdo. Para mudar de conta, faça seu login

Domine o fato. Confie na fonte.

10 grandes marcas em uma única assinatura digital

MELHOR
OFERTA

Digital Completo
Digital Completo

Acesso ilimitado ao site, edições digitais e acervo de todos os títulos Abril nos apps*

a partir de R$ 2,00/semana*

ou
Impressa + Digital
Impressa + Digital

Receba Veja impressa e tenha acesso ilimitado ao site, edições digitais e acervo de todos os títulos Abril nos apps*

a partir de R$ 39,90/mês

*Acesso ilimitado ao site e edições digitais de todos os títulos Abril, ao acervo completo de Veja e Quatro Rodas e todas as edições dos últimos 7 anos de Claudia, Superinteressante, VC S/A, Você RH e Veja Saúde, incluindo edições especiais e históricas no app.
*Pagamento único anual de R$96, equivalente a R$2 por semana.

PARABÉNS! Você já pode ler essa matéria grátis.
Fechar

Não vá embora sem ler essa matéria!
Assista um anúncio e leia grátis
CLIQUE AQUI.