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Pelé não foi o primeiro Rei do Futebol que o Brasil conheceu

Filho de alemão e ex-escrava, Arthur Friedenreich recebeu o título durante uma excursão à Europa

Por Maicon Tenfen Atualizado em 3 abr 2018, 15h22 - Publicado em 3 abr 2018, 10h03

Quando Pelé se preparava para a Copa da Suécia, Nelson Rodrigues já fazia referência à “majestade dinástica” daquele moleque de 17 anos que driblava os adversários como quem “enxota um plebeu ignaro e piolhento”. O apelido jamais teria pegado — e ficado — se o garoto não confirmasse nos gramados as exaltações do cronista.

Antes de Pelé, porém, antes da espetacularização televisa do futebol e até mesmo da profissionalização definitiva dos jogadores, o Brasil conheceu a leveza e a picardia de Arthur Friedenreich, o nosso primeiro “Roi du Football”, como ficou conhecido depois de uma excursão à Europa. Friedenreich quase nasceu em Santa Catarina. Seu pai, um empresário alemão que se dedicou ao patrocínio do esporte, montou seus negócios em Blumenau antes de se casar com uma mulher negra, provavelmente uma ex-escrava, e se transferir para São Paulo.

Esse detalhe biográfico — ser filho de rico — foi decisivo para que o mulato Fried pudesse jogar nos times paulistanos da época. Ao contrário do que ocorreu na Inglaterra, onde o futebol se criou em meio às classes operárias, aqui o esporte começou como um passatempo chique de estrangeiros endinheirados e dos brancos da elite cafeeira. Os estatutos de muitos clubes diziam claramente que o esporte não era permitido a atletas “de cor”. Desse modo, as façanhas do primeiro rei, sua passagem por diversos times e os quase 600 gols comprovados não têm valor apenas esportivo, mas também político e social.

Infelizmente, devido a desentendimentos entre paulistas e cariocas, Fried não pôde integrar a seleção brasileira que participou da primeira copa do mundo, em 1930, no Uruguai. Mesmo assim, recebeu o apelido El Tigre dos próprios uruguaios graças aos gols que marcou no Campeonato Sul-Americano. No auge da carreira, nosso primeiro rei teve as chuteiras exibidas numa joalheria. Pobre e esquecido, morreu em 1969, numa casa cedida pelo São Paulo Futebol Clube.

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