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A história do Ogro Michel e da Donzela Marcela. Como entender o caso?

Lá está o velho recebendo os correligionários no fim de semana, e lá está a Marcela, sozinha, distraindo-se com os seus patins nos corredores do Alvorada

Por Maicon Tenfen 27 jul 2018, 09h21

Michel Temer foi e continua sendo o pior presidente brasileiro de todos os tempos, e isso é muito numa lista que conta com Dilma, Collor e Sarney. Mas, vá lá, alguma coisa o sujeito deve ter de bom, caso contrário não estaria com a Marcela. Os mais invejosos e os menos resolvidos devem estar pulando para gritar que ele tem dinheiro, nem mais nem menos, mas eu não sei se isso seria suficiente para “se bancar” ao lado de uma mulher 33 anos mais nova. É preciso personalidade para o papel de vovô-maridinho, personalidade e segurança, além da necessária certeza de que a vida só termina quando as luzes se apagam. Esta é, com todas as letras, a admiração que tenho por Michel Temer. E chie quem quiser.

Mas é justamente por causa dessa admiração que não consigo entender por que o Temer continuou com as aventuras políticas que o levaram a um mandato-tampão fadado ao fracasso e à vaia generalizada. Tudo bem quando era mais jovem — ambição é ambição —, mas agora, depois de Marcela e Michelzinho, depois de uma aposentadoria que podia ser vivida nos melhores destinos turísticos do planeta, por quê, meu Deus do céu? Para mostrar o diploma de presidente a São Pedro, que o mandará para o inferno tão logo veja no impresso a bandeirinha do Brasil? Qual o verdadeiro objetivo de um homem que deseja ter sucesso na vida? Precisa se matar em trabalho para ter a melhor esposa do mundo, ou precisa ter a melhor esposa do mundo para se matar em trabalho?

Bem, não posso dizer que Temer se mate em trabalhar, tampouco que Marcela seja a melhor esposa do mundo (a melhor é a minha, que vai ler isto aqui), mas existe algo extremamente patético e desconexo no ocaso do atual presidente. Será o poder tão inebriante? Tão saboroso e compensatório? É preferível ser azucrinado pelos adversários e pela imprensa a passar as tardes massageando os pezinhos da mulher amada? O contraste das imagens é forte, não? Confesso que fiquei estupefato na primeira vez que visualizei as cenas. Lá está o velho Michel recebendo os correligionários sanguessugas no fim de semana, e lá está a jovem Marcela, tão sozinha, pobrezinha, distraindo-se com os seus patins nos corredores do Alvorada.

Esclareço — atenção — que não estou sendo irônico, muito menos debochado, e quero que um raio caia na minha cabeça se eu estiver faltando ao respeito com quem quer que seja. Ao contrário, corro o risco de ser chamado de puxa-saco por divagar sobre a humanidade de um presidente tão impopular. Que fique registrado: deploro o governo Temer da mesma forma sincera com que admiro, respeitosamente, os encantos da primeira dama, e é daí que nasce o meu assombro. Alguém ainda se lembra daquele quadro do Jô Soares no princípio dos anos 80, quando a Marcela nem era nascida? “Vai pra casa, Padilha!”, diziam os amigos de um sujeito casado com a mais bela moça da cidade. “O que você está fazendo aqui, rapaz?”

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Seria bom se pudéssemos terminar com um simples “vai pra casa, Temer!”, mas agora é tarde. Com o mandato também termina o foro privilegiado, e desse modo, em vez do aconchego do lar, o ogro pode ir direto para a Papuda. Aí sim é que era uma vez a donzela Marcela.

 

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