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Uma solução caseira para blindar a família Bolsonaro

A sucessão de Moro

Por Ricardo Noblat Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO Atualizado em 30 jul 2020, 18h58 - Publicado em 27 abr 2020, 08h00

Na confusão de vozes inflamadas que quebraram, ontem, o silêncio dominical da Esplanada dos Ministérios para renovar seu apoio ao presidente Jair Bolsonaro, destacaram-se três, duas delas masculinas, que de cima de um carro de som, decorado com a faixa “Fora Maia”, em alusão ao presidente da Câmara dos Deputados, dispararam as frases mais emblemáticas da manifestação.

Um homem disse:

“Querem botar a culpa no povo por que pediu ajuda ao Exército? Para quem vamos recorrer? Será que temos que recorrer aos Estados Unidos? Se for preciso vamos recorrer ao Exército dos Estados Unidos”.

Outro falou, certamente sem saber que Bolsonaro deposita sua esperança de completar o mandato justamente na ala mais fisiológica do Congresso, o conjunto de partidos conhecido como Centrão:

“Moro nunca passou de uma ferramenta do PSDB e do Centrão para tomar de volta o Palácio do Planalto. Mas Bolsonaro atrapalhou o esquema deles”.

A mulher foi mais explícita no seu repúdio ao que fez o ex-ministro da Justiça ao sair do governo atirando no presidente da República:

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“O ex-ministro Moro, que é sujo e comunista, nunca fez nada pelo Brasil. Ficou lá sentado e acovardado”.

Rodrigo Maia (DEM-RJ) dividiu com Moro a fúria expressa em faixas e cartazes exibidos pelos apoiadores de Bolsonaro. Mas Moro, mais do que Maia, foi o principal alvo dos insultos e xingamentos. A manifestação atraiu pouca gente.

Desta vez, Bolsonaro não compareceu. Passou o dia em reuniões no Palácio do Alvorada para decidir quem substituirá Moro no Ministério da Justiça e da Segurança Pública, e o delegado Maurício Valeixo na direção da Polícia Federal.

Se não arredar pé do que quer, Jorge Oliveira, advogado que nunca se destacou por seus conhecimentos jurídicos, irá para o lugar de Moro. E o delegado Alexandre Ramagem, diretor da Agência Brasileira de Inteligência (ABIN), sucederá a Valeixo.

É a solução mais caseira possível e a que dará ao clã Bolsonaro a proteção que ele se queixa de não ter recebido da dupla Moro-Valeixo. O pai de Oliveira foi empregado de Bolsonaro. Oliveira também foi na Câmara dos Deputados.

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Atual ministro-chefe da Secretaria Geral da Presidência da República, Oliveira cresceu ao lado dos filhos de Bolsonaro. Serviu a um deles, Eduardo, o Zero Três, como chefe do seu gabinete na Câmara. É como se fosse um membro da família presidencial.

Ultimamente, tem admitido a parentes e amigos sua irritação com a maneira como Bolsonaro trata os ministros que o cercam mais de perto e com os quais tem maior intimidade. Trata aos gritos e muitas vezes dá ordens que mais tarde revoga sem aviso prévio.

Faria bem para Oliveira distanciar-se fisicamente de Bolsonaro. É o máximo que ele pode ambicionar. Sabe que não terá autonomia para tocar o Ministério da Justiça. Ali, será um pau mandato de Bolsonaro como sempre foi ao longo de sua vida.

Igual papel está reservado para Ramagem que cuidou da segurança pessoal de Bolsonaro depois da facada em Juiz de Fora. Graças a Carlos, o Zero Dois, foi parar na ABIN e virou interlocutor diário do presidente, informando-o sobre o que possa lhe interessar.

A indicação de Oliveira para a vaga de Moro ainda encontrava a resistência dos generais do Palácio do Planalto que preferem preenchê-la com um jurista de reconhecida competência. A de Ramagem para a vaga de Aleixo é prego batido, ponta virada.

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É sempre arriscado afirmar algo quando o dono da caneta é Bolsonaro. Moro viu seu nome abaixo do nome do presidente na portaria de demissão, a pedido, de Aleixo publicada no Diário Oficial. Nem ele assinou a portaria nem Aleixo pediu demissão.

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