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Um tiro na Lava-Jato

O que pode acontecer?

Por GAUDÊNCIO TORQUATO
Atualizado em 30 jul 2020, 19h39 - Publicado em 16 jun 2019, 10h00

O Senhor Imponderável dos Anjos faz mais uma visita ao nosso roçado político-institucional. Agora para assustar o aclamado ministro Sérgio Moro e puxar o tapete do estridente acusador da Lava Jato, Deltan Dallagnol. Suas conversas foram publicadas no site The Intercept Brasil, criado pelo jornalista norte-americano Glenn Greenwald, também conhecido por ter ajudado o ex-analista de sistemas Edward Snowden a revelar informações secretas da Agência de Segurança Nacional dos EUA.

O vazamento puxa do alto do pedestal o ex-juiz Moro, cuja interlocução com Dallagnol aponta uma combinação de comportamentos. Ora, nem julgador nem acusador podem ajustar posicionamentos sobre investigações ou indicar caminhos a seguir. No caso do ex-presidente Lula, Dallagnol tinha dúvidas sobre a solidez de provas na primeira denúncia em 2016. Consultado, o juiz sugeriu seguir em frente.

Estrela mais brilhante da Lava Jato, Moro ganhou aplausos como ícone da Moral, elevado a presidenciável, posição que deve sustentar, apesar deste caso. Conseguirá se livrar da enroscada? Há grande expectativa sobre as investigações da PF (sob o comando de Moro). A depender de novas mensagens prometidas pelos “invasores”, o imbróglio deve ir longe.

A frente política faz barreiras contra o ex-juiz e tenta formar uma CPI, mas os presidentes da Câmara e do Senado se opõem. Há interesse dos políticos em fechar a torneira da Lava Jato.

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O que pode acontecer? Vejamos: a) comprovação de atitudes antiéticas e reprimenda ao ministro, sem maiores consequências; b) anulação das decisões do juiz pelo STF (mas como ficariam as condenações nas instâncias superiores?); c) saída de Moro do ministério, por ter a imagem arranhada. O caminho do STF se fecha. De outro lado, seus admiradores farão contundente defesa nas redes contra os opositores liderados pelo PT. Fora ou dentro do governo, Moro continuará como “guerreiro da moral” no ranking presidencial de 2022.

Quanto a Dallagnol, as alternativas são: a) apuração da conduta pelo CMP, com afastamento do cargo na Lava Jato; b) ligeira reprimenda sem consequências. O juiz e o procurador se escudam na tese de “invasão de privacidade”, alegando que o vazamento, com frases apartadas do contexto, não configura combinação.

Na posição de vítima, perseguido por Moro e procuradores, Lula deve sair vitorioso nessa. Se reocupar o centro do oposicionismo, sua militância gritará sua condição de injustiçado. Preso, reforça a pressão por liberdade. Se não for condenado em 2ª instância no caso do sítio de Atibaia, vai para o regime semiaberto ou domiciliar. O PT, glorioso, antecipa o discurso de 2022.

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Quanto a Bolsonaro, evidente que o tiroteio sobre o ministro abre uma fissura no governo, mas não compromete sua imagem. Duas visões de futuro: a) Moro perderia a nomeação ao Supremo em 2020; b) Bolsonaro banca a promessa e o tira do páreo presidencial. O fato é que o ministro continuará a ter o apoio social e pode até arriscar um voo solo em direção à Presidência. Só a biruta apontará.

Resumo: seja qual for a trajetória de Moro e Dallagnol, a Lava Jato levou um tiro.

Gaudêncio Torquato é jornalista, professo titular da USP e consultor político

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