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Temer, a esperança dos enrolados com a Justiça

MEMÓRIAS DO BLOG

Por Ricardo Noblat
Atualizado em 28 jun 2018, 12h00 - Publicado em 28 jun 2018, 12h00

Texto do dia 28/06/2017

Em conversa com o empresário Joesley Batista no porão do Palácio do Jaburu em 7 de março último, o presidente Michel Temer o ouviu confessar vários crimes – desde o pagamento de suborno para que o ex-deputado Eduardo Cunha não delatasse até a cooptação de juízes e procuradores para que ações contra o Grupo JBS não prosperassem.

Ao invés de dar ordem de prisão a Joesley, o que poderia ter feito, ou denunciá-lo mais tarde, Temer ouviu tudo calado. E quando falou foi para incentivar Joesley a continuar subornando Cunha. Dois meses depois, Temer justificou seu comportamento dizendo que Joesley era um conhecido falastrão além de “bandido notório”. Por isso nada fizera.

Ontem, ao fingir que se defendia da denúncia de Rodrigo Janot, Procurador Geral da República, que o acusou de corrupção, Temer citou o ex-procurador Marcelo Miller, hoje sócio do escritório de advocacia encarregado da defesa de Joesley. Disse que ele saiu da Procuradoria para ir ganhar muito dinheiro. E que poderia tê-lo dividido com Janot.

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Na conversa com Joesley, Temer foi leniente e cúmplice. No ataque a Janot e a Miller, irresponsável e leviano. Não poderia ter ouvido sem reagir ao que Joesley lhe contou. Não poderia ter dito o que disse sobre Janot e Miller sem apresentar provas. Não vale o truque besta de que fazia uma ilação porque se julga vítima de outra.

A autoridade máxima da República, em país que se dá ao respeito, não procede como Temer procedeu nas duas ocasiões, e em outras tantas. Por muito menos, em vários lugares, governantes renunciam ao cargo – ou são forçados a fazê-lo. No Japão, por vergonha, alguns se suicidam. A ex-presidente das Filipinas está presa.

Esperou-se de Temer, um homem sóbrio, elegante no uso das palavras, que se explicasse ao país depois de atingido pela denúncia de Janot. Estava obrigado a oferecer fatos para desmanchar os fatos apurados pela Polícia Federal que ameaçam o seu mandato. Mas, não. Temer limitou-se a posar de vítima e a bater nos seus acusadores.

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Sobre as provas, desconheceu-as. Disse simplesmente que elas não existem. Sobre as intenções de Janot ao fazer a denúncia, disse que elas escondem o desejo dele de paralisar o governo e o Congresso. Por fim, sacou outro truque da cartola – o de tentar se confundir com a instituição que representa, a presidência, e de dizer que ela foi posta em xeque.

Em xeque está ele. Temer não falou aos brasileiros como se imaginava. Falou para o sistema político corrompido, acuado pela Lava Jato, e que poderá livrá-lo da perda do mandato. A denúncia de Janot só será apreciada pela Justiça se a Câmara dos Deputados, por dois terços dos seus votos, permitir. No momento, não há sinal de que permitirá.

Os cofres públicos estão desde já abertos para a compra de votos de deputados ávidos pela liberação de verbas destinadas a obras em sua base eleitoral. Os mais enrolados com a Justiça, e os que enfrentarão maiores dificuldades para se reeleger, enxergam em Temer um protetor confiável. Mantê-lo na presidência, pois, é uma forma de se manterem vivos. A ver

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