Até seus adversários mais ferrenhos dentro do partido dão como certa a candidatura do ex-deputado federal Jilmar Tatto a prefeito de São Paulo pelo PT. A situação dele ficou ainda mais confortável com o anúncio feito ontem por Fernando Haddad de que não será candidato em hipótese alguma.
“Quero poder viajar pelo país para participar da campanha de todos os candidatos do PT que me queiram em seus palanques”, disse Haddad. Sua mulher deverá ser candidata a vereadora. Outro aspirante a candidato a prefeito também anunciou sua desistência – José Eduardo Cardoso, ex-ministro da Justiça do governo Dilma.
O deputado federal Carlos Zarattini ainda se diz disposto a concorrer com Tatto à indicação do partido para candidato a prefeito – mas nem ele nem seus apoiadores acreditam nas próprias chances. Tatto conta com o apoio da corrente Construindo um Novo Brasil (CNB), majoritária dentro do partido.
De Curitiba, onde está encarcerado, o ex-presidente Lula já abençoou a candidatura de Tatto por meio da deputada Gleisi Hoffmann, presidente do partido. O PT concorda em apoiar candidatos a prefeito de outros partidos no Rio, Recife e Porto Alegre, por exemplo, mas na capital paulista não.
Tatto é filiado ao PT desde 1981. Já foi deputado estadual e duas vezes federal. Nas últimas eleições, disputou uma das duas vagas ao Senado. Ficou em sétimo lugar. Atraiu 771.680 votos (7,9% do total). Eduardo Suplicy, o outro candidato do PT ao Senado, obteve mais que o dobro dos votos dele – 1.663.539 (17,15% do total).