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Por Coluna
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Roda Viva (por Tânia Fusco)

Modo de moer esperança

Por Tânia Fusco
Atualizado em 30 jul 2020, 19h06 - Publicado em 10 mar 2020, 11h00

Tem dias que a gente se sente

Como quem partiu ou morreu

A gente estancou de repente

Ou foi o mundo então que cresceu

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A gente quer ter voz ativa

No nosso destino mandar

Mas eis que chega a roda viva

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E carrega o destino pra lá…

Versos tomados de Chico Buarque para traduzir sentimentos desses tempos bicudos, assoberbados nos últimos dias.

A música Roda Viva é de 1967, quando o Brasil engolia Constituição dos milicos, que um Congresso, acarneirado, aprovou. Com a primeira emenda, a Carta de 67 abriu portas para o monstrengo dos atos institucionais, que cancelaram liberdades individuais, puseram fim às eleições diretas, deram ao Executivo poder de legislar por decretos, extinguiram partidos políticos existentes, liberdade de expressão e direito de greve. Deu ruim naquele ano que marcou também o começo da segunda presidência dos 20 anos de trevas da ditadura militar.  Quando uma roda viva e operante moeu muita gente.

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Sem parar de rodar, a tal roda viva entra no modo de moer esperança quando inventa de rodar pra trás, derrapando à beira do abismo. É o que anda rolando neste começo dos anos 20, do século 21. Um assombro atrás do outro – guerra, violência, ódio, dor, doença e a economia desabando no capitalismo exaurido. Tudo globalizado.

Não existe mais o lá-longe. O que acontece lá, rola por aqui também. E a gente vai aprendendo a se virar sozinho no meio do mundo. Racionalmente, tenta espantar o medo do corona vírus, bicho papão da hora, babando e matando planeta afora.

Sem pausa pra respirar, encara o pânico dos mercados no desabar do preço do petróleo.  E, em segundos, tem que a assimilar circuit breaker. A Bolsa de Valores para quando dá muito ruim – meia hora ao cair 10%; uma hora se chegar aos 15% e sem tempo marcado se bater 20% de baixa.

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Ontem, aqui, deu 12,175 – maior queda do século 21.

O que significa? O que vai derreter hoje, nesses dias? Só Deus sabe. Mas o derretimento não será o pum de talco do palhaço da Regina Duarte. Aliás, ela fica Secretária da Cultura, assim desautorizada na primeira nomeação? Em que roubada se meteu a ex-namoradinha ao noivar com o diabo, hein?

É o de menos no imbróglio geral da nação. Na confusão mundial, Trump promete ajudar. Com a bolsa despencando e o dólar nas alturas, o ministro do pibinho, ex-superGuedes, garante: “Estamos calmos”. Algum dos dois é de confiança?

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Cinquenta e três anos depois de Chico cantar Roda Viva no Festival de MPB da Record (ainda a emissora que não era do bispo), eis que a roda viva, de novo, malvada, carrega nosso destino pra sei lá onde seja esse lá.

Deus nos acuda.

 

Tânia Fusco é jornalista 

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