Está para nascer o político que admita ter sido condenado com provas. Não só político. As penitenciárias estão entupidas de gente inocente. O médico Dráuzio Varella fez observação semelhante quando trabalhou no Presídio do Carandiru, em São Paulo, e escreveu a respeito.
Só a Justiça, quando der sua palavra final, poderá dizer se o ex-prefeito de São Paulo Fernando Haddad cometeu os crimes de corrupção passiva e de lavagem de dinheiro. Por ora, o Ministério Público o denunciou e a denúncia foi aceita por um juiz federal. Haddad virou réu.
Não deixa de ser uma situação incômoda para ele e o PT, profundamente incômoda. Haddad jura ser inocente e se apresenta como um perseguido pela justiça paulista. Do fundo do cárcere em Curitiba, condenado a 12 anos por corrupção e lavagem de dinheiro, Lula insiste na mesma coisa.
O presidente eleito Jair Bolsonaro é réu por crime de incitação ao estupro no Supremo Tribunal Federal. Foi denunciado pela Procuradoria Geral da República. O Supremo poderia ter arquivado a denúncia. Mas como viu indícios fortes de que ela procede, aceitou-a e abriu processo.
Haverá arremate mais perfeito pelo menos até agora para a eleição de outubro último? Os dois finalistas da eleição presidencial foram os dois candidatos mais rejeitados pelos eleitores. Bolsonaro já era réu. Haddad acaba de se tornar réu. Vamos que vamos.