Alexandre Borges Cabral, doravante conhecido como Cabral, O Breve, conseguiu a proeza de ser demitido pouco mais de 24 horas após ter tomado posse como presidente do Banco do Nordeste. Acrescente-se à sua biografia o fato de que ninguém dentro ou fora do governo quer assumir a condição de tê-lo indicado.
Foi pela leitura de uma reportagem do jornal O Estado de S. Paulo que o governo ficou sabendo que Cabral é alvo de uma investigação conduzida pelo Tribunal de Contas da União sobre irregularidades em contratações feitas pela Casa da Moeda. O prejuízo é estimado em cerca de R$ 2,2 bilhões.
Cabral, à época, era presidente da Casa da Moeda. Sua nomeação para a presidência do Banco do Nordeste, quando publicada, foi atribuída ao Centrão, grupo dos partidos mais fisiológicos do Congresso chamado pelo presidente Jair Bolsonaro para governar o país junto com ele e barrar qualquer pedido de impeachment.
Não se ouviu nenhuma voz do Centrão que tivesse negado a paternidade de Cabral. Nem mesmo a voz do general Luiz Eduardo Ramos, ministro da Secretaria do Governo, encarregado de negociar cargos com o Centrão em troca de votos. O Centrão continuou calado depois da demissão de Cabral. O general, falou.
Em nota enviada ao jornal, disse que o Centrão nada teve a ver com a indicação de Cabral. Que por ele, responsável pela articulação política do governo, não passou a indicação de Cabral para a presidência do banco. Que ele tem o cuidado de checar com rigor qualquer indicação de nome que leva a Bolsonaro.
Cabral jura ser inocente das suspeitas que o cercam. O Centrão se prepara para sugerir outro nome que substituirá Cabral, O Breve, na presidência do banco. O nome sairá do Partido Liberal controlado por Waldemar Costa Neto, condenado, preso e agora solto depois de se envolver com o mensalão do PT. E la nave va!