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Por Coluna
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Quebra de paradigmas

Os brasileiros estão cansados de ser prisioneiros do crime organizado

Por Hubert Alquéres
Atualizado em 30 jul 2020, 20h02 - Publicado em 16 jan 2019, 10h00

A esquerda sempre teve enormes dificuldades no enfrentamento do banditismo. Muitas vezes deixou-se enredar por uma visão “sociológica”, focada mais nas “causas sociais” do que na repressão ao crime organizado. Com isso, deu de mão beijada a bandeira da segurança para a direita.

Esse padrão de comportamento acaba de ser quebrado no Ceará, pelo governador Camilo Santana, do Partido dos Trabalhadores.

As urnas mandaram um recado claro. Os brasileiros estão cansados de ser prisioneiros do crime organizado. Exigem uma nova atitude no seu enfrentamento. O governador cearense entendeu a mensagem: acabou com a separação das quadrilhas por pavilhões e iniciou um processo de retomada do controle das penitenciárias pelo Estado.

No Ceará, como na maior parte do Brasil, as prisões são áreas liberadas nas quais os líderes criminosos dão ordem de comando e controlam com mão de ferro o narcotráfico em seus respectivos estados.

Outro paradigma também foi quebrado. Prontamente o ministro Sérgio Moro atendeu à solicitação de envio de tropas federais, sem se preocupar com a filiação partidária do governador. Camilo Santana foi o primeiro a reconhecer “a importante contribuição do governo federal, que tem caminhado conosco nessa missão”. O governador tem mantido contato permanente com o ministro da Justiça e Segurança e com o ministro da Defesa, general Fernando Azevedo.

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Do episódio se extrai uma lição: divergências ideológicas não são impeditivas para uma ação concatenada entre as diversas instâncias de governos quando se prioriza os interesses da população.

No caso, ajuda muito o entendimento comum sobre a batalha que se trava no Ceará. Queima de ônibus, de carros, atentados a bombas a viadutos, torre de energia e de prédios públicos são vistos pelo governador e pelo presidente Jair Bolsonaro como atos de terrorismo.

O Ceará tomou a iniciativa de romper um pacto tácito vivente em quase todos os estados. Em troca da paz interna, autoridades estaduais fazem vistas grossas ao controle do seu sistema presidiário pelas quadrilhas de traficantes. O ônus da pax presidiária vai para a sociedade, pois o banditismo passa a contar com uma base de apoio para comandar suas quadrilhas. Mais grave: o Estado, conscientemente, abre mão do controle de parte territorial nacional, o que atenta contra a soberania do país.

A retomada pelo Estado do controle das penitenciárias é pré-condição para uma política de segurança eficaz.

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Isto não se faz por vias brandas, requer medidas duríssimas, como as adotadas na terra de José de Alencar. Por lei aprovada na Assembleia Legislativa serão retiradas as tomadas de energia elétrica nas áreas em que os presos tem acesso. É um golpe profundo no sistema de comunicação, via celular, das quadrilhas que operam no interior dos presídios.

Há grande expectativa sobre a nova safra de governadores. A nomeação do ministro Sérgio Moro foi uma manifestação explícita do novo governo com a agenda da segurança. A sociedade reclama por outro paradigma no combate à violência. Como disse o governador cearense, “a hora é de união de todos, sem vaidades ou oportunismo político. O assunto é muito sério e deve ser tratado com responsabilidades por todos, sem arroubos ou discurso fácil”.

 

Hubert Alquéres é professor e membro do Conselho Estadual de Educação (SP). Lecionou na Escola Politécnica da USP e no Colégio Bandeirantes e foi secretário-adjunto de Educação do Governo do Estado de São Paulo  

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