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Popularidade em queda

Depois da posse não há mais espaço para a irresponsabilidade

Por Ricardo Noblat
Atualizado em 30 jul 2020, 19h53 - Publicado em 19 mar 2019, 13h00

Editorial de O Estado de S. Paulo (19/3/2019)

O alerta para que o presidente Jair Bolsonaro desça do palanque e comece a governar ganhou mais um reforço. Pesquisa encomendada pela XP Investimentos – que, ao que se saiba, não é uma perigosa organização comunista – indica uma piora da percepção da população em relação ao governo. O grupo que considera o governo bom ou ótimo oscilou, em um mês, de 40% para 37%. Já os que consideram a administração ruim ou péssima saltaram de 17% para 24%. Feita entre 11 e 13 de março, a sondagem tem margem de erro de 3,2%.

Houve também queda da expectativa em relação aos próximos quatro anos de governo. Os entrevistados que esperam uma gestão positiva passaram de 60% para 54%. Vale lembrar que, há dois meses, o porcentual era de 63%. Já aqueles que têm expectativa de uma administração ruim ou péssima são agora 20%. No mês anterior, eram 15%. É uma mudança significativa para um governo que ainda não tem três meses.

Vale destacar que, mesmo com essa situação de aumento do desgaste do governo, o porcentual dos que julgam necessária a reforma da Previdência manteve-se no mesmo patamar do mês anterior. Para 64% dos entrevistados é necessário atualizar as regras para a concessão de aposentadorias. Em relação a pontos específicos, 55% concordam total ou parcialmente com a reforma para servidores públicos em geral, 53% concordam total ou parcialmente com mudanças nas regras para policiais, bombeiros e professores e 56% concordam total ou parcialmente quanto a mudanças nas regras para os militares.

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São números significativos para um tema considerado impopular. Além disso, a continuidade do apoio à reforma da Previdência, em contraste com a queda de aprovação do governo Bolsonaro, indica que a população compreende a real natureza da reforma. Não é vista como uma pauta do governo, a depender da popularidade do presidente, e sim como uma necessidade do País.

A enquete da XP Investimentos com deputados e senadores indica que a percepção sobre a necessidade da reforma da Previdência continua alta no Congresso. Para 77% dos deputados, a reforma é necessária. No Senado, o porcentual é de 64%. No entanto, apenas 27% dos deputados afirmam apoiar a idade mínima de 62 anos para mulheres e 65 anos para homens, conforme consta da proposta que o governo apresentou ao Congresso. Como se vê, há um longo trabalho de coordenação política a ser feito pelo Palácio do Planalto para viabilizar uma reforma da Previdência minimamente consistente.

Os três veículos de maior credibilidade são rádio, televisão e jornal impresso, afirmaram os entrevistados. Trata-se também de outro recado importante ao presidente Jair Bolsonaro, que, dias antes da pesquisa, compartilhou em sua conta no Twitter informação equivocada sobre repórter do Estado.

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Diante de tantas fake news e informações distorcidas, a população manifesta desconfiança em relação ao que circula nas redes sociais. Por exemplo, 72% consideram que a maioria das informações compartilhadas no WhatsApp é falsa. Tal porcentual é de 70% em relação ao Facebook, de 55% em relação ao Instagram e de 52% no caso do Twitter. São números que apontam para uma maior maturidade e uma maior capacidade crítica em relação ao que se recebe nas redes sociais.

Questionados sobre a postagem feita pelo presidente Jair Bolsonaro de vídeo obsceno durante o carnaval, 72% disseram ter tomado conhecimento do assunto, o que indica a responsabilidade da qual o presidente abdica ao usar sem maiores cuidados sua conta na rede social. Ao mesmo tempo, a maioria dos entrevistados (59%) considerou inadequada a tal publicação. Ou seja, boa parte da necessária credibilidade do presidente para levar adiante as reformas de que o País precisa pode ser dizimada pelo uso irresponsável de suas redes sociais.

A população sabe do que o País precisa e está atenta ao modo como Bolsonaro vem se portando. Depois da posse, não há mais espaço para a irresponsabilidade, seja no mundo real ou no virtual. Governar responsavelmente, eis sua única tarefa.

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