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Ou os Bolsonaro passarão ou o Brasil faz, sim, por merecê-los

O que está por vir depois da histórica reunião ministerial

Por Ricardo Noblat
Atualizado em 30 jul 2020, 18h54 - Publicado em 24 Maio 2020, 08h00

Logo após assistir aos principais trechos do vídeo sobre a reunião ministerial de 22 de abril último, a irmã de um amigo meu escreveu nas redes sociais: “Se antes era 100% bolsonarista, agora passei a ser 200%”. E daí? Bolsonarista de raiz era Bolsonaro e continuará sendo. Jogo jogado. Jamais se imaginou o contrário.

O que se discute: se bolsonarista de ocasião, depois do vídeo, poderá deixar de ser. E se bolsonarista há muito chocado com as atitudes do presidente que elegeu, abandonará Bolsonaro depois do que viu. Em síntese: é improvável que o vídeo tenha fortalecido Bolsonaro como alguns se apressaram a dizer. O contrário é o mais provável.

Em 2022 não haverá Lula candidato. Dificilmente haverá Lula preso para que seja outra vez martirizado por seus devotos. Com toda certeza, o candidato da oposição será mais de um. O do PT, se não for Fernando Haddad, o boneco de ventríloquo de Lula em 2018, será Haddad de cara limpa e com maior independência.

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Até lá, o barco em que navega o atual desgoverno já terá batido no iceberg gigantesco que Bolsonaro admitiu no vídeo estar à vista de todos, inclusive na dele: uma recessão econômica sem paralelo na História do mundo e, aqui, à sombra dos efeitos para ele deletérios das milhares de pessoas mortas pelo Covid-19.

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Quem, além dos seus de carteirinha, desejará se perfilar a um candidato tão comprovadamente tóxico? Que no seu primeiro mandato governou à base do venha a mim e à minha família o vosso reino, e que seja feita a nossa vontade, amém? Incapaz de lutar contra a morte e, sequer, de recolher os corpos dos mortos na batalha?

O governo ou desgoverno de Bolsonaro teve suas vísceras expostas como nunca aconteceu na vida de outros governos, nem daqui e nem de parte alguma. Vale a pena ver o vídeo de novo. Pois uma coisa é ler a respeito, outra é assistir. E o que se viu será outras milhares de vezes visto até 2022 e explorado ao longo da campanha. Um case.

O Brasil não está refém de Bolsonaro e dos seus filhos como parece a muitos. Quando a hora chegar, se quiser, se livrará deles. Mas Bolsonaro e seus filhos estão reféns das porcarias que fizeram antes de assaltarem o poder e depois de nele se instalarem. Em comparação com o que fizeram, ainda sabemos pouco, mas se saberá um dia.

Onde está Fabrício Queiroz que pouca satisfação deu ao Ministério Público do Rio de Janeiro? Não há passarinho que não cante. Onde estão os servidores da família que, funcionários fantasmas ou de verdade, foram obrigados a devolver aos empregadores parte dos seus salários pagos com dinheiro público? O que têm a dizer?

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Onde está o celular do ex-ministro Gustavo Bebbiano, demitido da Secretaria do Governo por Bolsonaro sob a pressão do seu filho Carlos, que guarda segredos capazes de fazer corar a alma dos mais sensíveis ou ferrenhos conservadores e patriotas, sem esquecer a alma das ditas criaturas limpinhas e recatadas do lar?

A vigilância redobrada que doravante será exercida sobre uma Polícia Federal posta sob suspeita dará margem a que ela atue como um braço auxiliar dos Bolsonaro? As investigações sobre os negócios da família simplesmente serão esquecidas de uma hora para a outra ou irão adiante de forma mais acelerada?

Das Forças Armadas não se espere nada. Elas foram escorraçadas do poder depois do fracasso de uma ditadura construída sobre os falsos pilares do enfrentamento à corrupção, ao comunismo e à desordem econômica. Ao poder voltaram pegando carona na candidatura do ex- capitão. Irão com ele até o fim para a gloria ou a desgraça.

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Se a empecilhos presentes e futuros sobreviverem os Bolsonaro e a sua turma devassa, é porque de fato foram mais fortes. Ou então é porque a maioria dos brasileiros fez por merecê-los. Simples e triste assim. A democracia tem dessas coisas. Ela não caminha em linha reta nem aponta sempre para o alto.

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