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Por Coluna
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Os filhos da mãe

A familia Bolsonaro reza unida

Por Mirian Guaraciaba
Atualizado em 30 jul 2020, 20h01 - Publicado em 22 jan 2019, 10h00

Nunca deu certo familia metida em governo. Não seria diferente com o clã dos Bolsonaro. Meteu-se numa barafunda de dar gosto à fustigada esquerda brasileira. . Poderia ter sido evitada? Claro. Se os filhos do presidente fossem mantidos longe do Palácio do Planalto. E tivessem algum discernimento politico.

Mas aí é pedir demais. A familia Bolsonaro reza unida. O presidente traçou o destino dos filhos. Todos na politica. À exceção de Laura, 7 anos, fruto de uma “fraquejada”, como disse o próprio presidente ao declarar o sexo da menina, três herdeiros estão eleitos e reeleitos. E o quarto, Renan Jair, 20 anos, em preparação. Jair quer os meninos por perto. Estratégia que pode custar seu mandato.

Flavio Bolsonaro, 37 anos, o mais velho dos cinco, foi o primeiro a jogar no colo do presidente uma encrenca das boas. Enredou-se em intrincadas e suspeitas transações financeiras, acompanhado de perto por seu ex-assessor, o já famoso Queiroz. Flavio não foi capaz, não quis ou não pôde matar a bola no peito. Deixou que batesse no Palácio do Planalto. Afinal, uma das filhas de Queiroz – amigo de longa data e muitas cervejas, de jair – foi assistente do então deputado, hoje presidente da República. Pau que bateu em Queiroz, bateu em Flávio, bateu nas filhas do ex-assessor, e pode bater em Jair.

As denuncias contra Flavio e Queiroz são muitas, e diárias. A situação só piora. Milhões de reais envolvidos. Em quatro anos, Flavio mais que dobrou seu patrimonio. Eduardo, 34 anos, aumentou o seu em 432%. Caçula, deputado federal reeleito com quase dois milhões de votos por São Paulo, Eduardo foi quem ensinou o presidente sobre as teses de economia ultraliberal, e aproximou da campanha o ex-estrategista de Trump, Steve Bannon. O americano criou o grupo The Movement, reunindo políticos de direita de todo o mundo. Bolsonaro está dentro.

Carlos, 35 anos, vereador, embora “zero 3”, como o presidente chama seus filhos, no jargão policial militar, é o mais próximo do pai. Foi ele quem idealizou a estratégia de comunicação da campanha por meio das redes sociais. Dizem as más linguas que o menino adora roupas militares e é obcecado por armas e estandes de tiro.

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Por falar em redes sociais, está aí mais um problema para os meninos, e o pai, que só sabem se comunicar (com virgulas a menos, muitas vezes) por escrito. Pelo Twitter, de preferência. Alvoraçadas na campanha eleitoral, as redes já não apoiam como antes a familia. Monitoramento do Estadão Dados, utilizando a ferramente Crowdtangle, mostra que os Bolsonaro estão perdendo folego rapidamente nas midias alternativas. Os seguidores do capitão, sabe-se lá porquê, ou sabe-se porque, estão se evaporando, aos poucos.

Flávio, Eduardo e Carlos são filhos da mesma mãe, Rogéria Nantes Braga Bolsonaro. Durante a campanha, Rogéria gravou mensagem de apoio ao ex-marido, a quem um dia acusou de ter mandado espancar um amigo que fazia sua campanha à reeleição como vereadora no Rio. Sim, Rogéria também entrou para a politica quando casada com Jair. Quando já não estava mais casada, perdeu a reeleição para o filho mais novo. Para concorrer com a mãe, Carlos foi emancipado pelo pai. Tinha então 17 anos.

A obsessão de Bolsonaro pela profissionalização da familia na politica é no minimo insólita. Sua segunda mulher, Ana Cristina Siqueira Valle, que conheceu quando ainda estava casado com Rogéria, disputou uma vaga na Câmara dos Deputados. Assinou Bolsonaro. Perdeu. Dela também o presidente teve apoio público, mas Ana Cristina viveu sérias pendengas com o ex-marido, a quem acusou de ameaçá-la de morte, segundo documentos do Itamaraty. Ana estava então morando com o filho menor, Renan Jair, na Noruega.

Aos 22 dias de governo – já com cheiro de mofo – a saga da familia Bolsonaro no governo está começando. As duas mães acompanham de longe. De perto, só os filhos e Michelle, a terceira esposa. Eles sabem que de onde vieram as primeiras denúncias poderá vir mais. O COAF, sob as ordens de Sergio Moro, tem a vida dos brasileiros nas planilhas. Se não quiser manchar definitivamente sua esmaecida biografia, Moro terá que abrir os arquivos. E os Bolsonaro abrirem o bico. Nem que chorem depois no ombro da mamãe. Ou do papai.

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