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Por Coluna
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Os desastres longos

A perda do protagonismo

Por Cristovam Buarque
Atualizado em 30 jul 2020, 19h52 - Publicado em 27 mar 2019, 12h00

Por mais que discordemos das posições políticas atuais do ex-ministro Celso Amorim e sua resistência a perceber os erros que cometemos, não podemos deixar de reconhecer seu papel como um dos grandes chanceleres da história do Brasil e termos nostalgia do tempo em que ele conduzia nossa política externa.

Graças ao período iniciado pelo presidente Fernando Henrique, o período Lula-Amorim foi certamente o tempo de maior presença do Brasil no cenário mundial. As relações com EUA e Europa estiveram em condições favoráveis e ao mesmo tempo foi possível estar presente em todo o resto do mundo, tratados com seriedade e simpatia.

Lula era recebido como herói na África, uma espécie de Mandela, e hospedado na casa de campo do presidente americano ou no palácio da rainha inglesa. Na China e no Mundo Árabe ou na Turquia éramos vistos como protagonistas.          

A realidade é completamente diferente no atual momento, em que o Brasil opta por se submeter às aparências de uma boa relação com o atual governo americano, sob o risco de alienar relações com parceiros importantes, como a China e o Mundo Árabe, e de chegar perto de uma guerra com a vizinha Venezuela.

O abandono de relações privilegiadas na OMC para ser membro da OCDE lembra o que citei no meu livro “A Desordem do Progresso”, quando me mostraram em Manaus, anos atrás, um jovem dirigindo seu fusquinha com os vidros fechados para dar impressão de que tinha ar condicionado no carro.

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Vamos abrir mão das vantagens de receber brisas protecionistas ao sermos tratados como  “subdesenvolvidos” para que o mundo imagine  que fazemos parte do clube dos ricos, com a ilusão de que isto vai trazer investimento, mesmo que continuemos um país violento, com baixa produtividade, instável juridicamente, não confiável nas regras econômicas, incapaz de fazer as reformas que o mundo contemporâneo exige. Sobretudo. um país vergonhosamente atrasado em educação.

O mais grave é que os erros e retrocessos na política externa exigem anos e até décadas para serem corrigidos. As políticas educacionais de um ministro desvairado podem ser reorientadas logo que um novo governo assuma, mas os equívocos em política externa provocam desastres longos.

 

Cristovam Buarque, ex-senador e ex-reitor da Universidade de Brasília, passa a escrever neste blog sempre às quartas-feiras. 

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