Assine VEJA por R$2,00/semana
Imagem Blog

Noblat Materia seguir SEGUIR Seguindo Materia SEGUINDO

Por Coluna
O primeiro blog brasileiro com notícias e comentários diários sobre o que acontece na política. No ar desde 2004. Por Ricardo Noblat. Este conteúdo é exclusivo para assinantes.
Continua após publicidade

“Os 7 do Alvorada” discutem o que fazer à falta de vacinas

Roteiro da pior qualidade

Por Ricardo Noblat
Atualizado em 1 mar 2021, 08h09 - Publicado em 1 mar 2021, 08h00

Na noite em que o filme americano “Os 7 de Chicago” concorreu ao prêmio Globo de Ouro em cinco categorias e ganhou a de melhor roteiro, sete homens posaram para uma foto encostados a uma parede de livros do Palácio da Alvorada – cinco deles de braços cruzados, um com os braços estendidos ao longo do corpo e o outro com as mãos nos bolsos.

O filme foi baseado no caso real do julgamento de um grupo de ativistas políticos acusados pelo governo americano de conspiração e incitação à revolta durante os protestos contra a guerra do Vietnã que marcaram em 1968 a convenção do Partido Democrata em Chicago. Seis deles foram condenados na primeira instância da justiça e absolvidos na segunda.

A foto registrou o final do encontro de “Os 7 do Alvorada” que discutiram por mais de uma hora o que fazer com o agravamento da pandemia da Covid que ontem, pelo segundo dia consecutivo, bateu um novo recorde de mortes. Já são 39 dias seguidos com média móvel acima de mil mortos. Se no futuro “Os 7 do Alvorada” serão julgados ou não, ainda é cedo para prever.

Deles, três são militares (generais Braga Neto, chefe da Casa Civil, Luiz Eduardo Ramos, da Secretaria do Governo, e Eduardo Pazuello, ministro da Saúde). Um é ex-capitão (Bolsonaro, afastado do Exército por planejar atentados a bomba a quartéis, e presidente da República). E três  são civis (o ministro da Economia e os presidentes da Câmara dos Deputados e do Senado).

Continua após a publicidade

Bolsonaro começou o domingo afrontando de novo os governadores que adotaram medidas severas de isolamento. Compartilhou vídeo onde manifestantes, muitos sem máscaras, sitiam a casa do governador Ibaneis Rocha, em Brasília. À tarde, soube que a ministra Rosa Weber, do Supremo Tribunal, mandou que pagasse por leito de UTI em São Paulo, Maranhão e Bahia.

Cada um ao seu modo, “Os 7 do Alvorada” estão bem encrencados. O principal deles, parceiro do vírus que devasta o Brasil, foi contestado em nota assinada por 46 entidades médicas que reforçaram a necessidade do uso de máscara como instrumento de combate à doença. Será que os médicos daqui e a Organização Mundial de Saúde estão errados e apenas Bolsonaro está certo?

Pazuello terá que explicar à justiça por que disse em vídeo que soubera da falta de oxigênio em Manaus em determinada data, por que a Advocacia Geral da União confirmou que ele estava certo, e por que, agora, ele mudou a data. Mudou para eximir-se da responsabilidade de não ter agido a tempo. Sua cabeça está a prêmio para que Bolsonaro possa tentar salvar a dele.

Continua após a publicidade

O ministro Paulo Guedes ganhou um lugar na foto porque ele negocia com os presidentes da Câmara e do Senado o pagamento por mais três ou quatro meses do auxílio emergencial. A coisa está feia para seu lado. Por mais que Arthur Lira (PP-AL) e Rodrigo Pacheco (DEM-MG) tenham boa vontade com um governo que os ajudou a se eleger, deputados e senadores não têm tanto assim.

A eleição do ano que vem é o que interessa a todos eles. Sob a pressão dos eleitores, querem mais dinheiro para que sobrevivam melhor os brasileiros mais carentes. Não importa se há dinheiro suficiente para isso, nem se o rombo nas contas públicas ficará maior. Os governadores dos seus Estados se queixam do descaso do poder central com a pandemia. E isso é verdade.

Além do auxílio, onde estão as vacinas prometidas? O governo Bolsonaro, por meio de Pazuello, não havia dito que não faltariam vacinas? Disse até que metade dos brasileiros estaria vacinada em julho, não foi? O ritmo da vacinação em massa caiu à metade nas últimas semanas. Todo dia Pazuello anuncia que as vacinas estão chegando e elas não chegam em grandes quantidades.

Continua após a publicidade

Enquanto isso, o chefe de “Os 7 do Alvorada” viaja pelo país em visita a pequenas cidades para repor os votos que perde nas cidades de grande e médio porte. Só enxerga a reeleição. O resto pode esperar.

Publicidade

Matéria exclusiva para assinantes. Faça seu login

Este usuário não possui direito de acesso neste conteúdo. Para mudar de conta, faça seu login

Domine o fato. Confie na fonte.

10 grandes marcas em uma única assinatura digital

MELHOR
OFERTA

Digital Completo
Digital Completo

Acesso ilimitado ao site, edições digitais e acervo de todos os títulos Abril nos apps*

a partir de R$ 2,00/semana*

ou
Impressa + Digital
Impressa + Digital

Receba Veja impressa e tenha acesso ilimitado ao site, edições digitais e acervo de todos os títulos Abril nos apps*

a partir de R$ 39,90/mês

*Acesso ilimitado ao site e edições digitais de todos os títulos Abril, ao acervo completo de Veja e Quatro Rodas e todas as edições dos últimos 7 anos de Claudia, Superinteressante, VC S/A, Você RH e Veja Saúde, incluindo edições especiais e históricas no app.
*Pagamento único anual de R$96, equivalente a R$2 por semana.

PARABÉNS! Você já pode ler essa matéria grátis.
Fechar

Não vá embora sem ler essa matéria!
Assista um anúncio e leia grátis
CLIQUE AQUI.