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Os 60 anos de Chega de Saudade

Música

Por Flávio de Mattos
Atualizado em 30 jul 2020, 20h09 - Publicado em 16 nov 2018, 14h00

Tudo começou com o disco Canção do Amor Demais, que era para ser um disco de poesia. O livreiro Irineu Garcia havia montado a pequena gravadora Festa, para produzir discos de poesia. Sua ideia era registrar a voz dos próprios poetas lendo os textos que haviam criado. Irineu Garcia já tinha lançado os discos de Carlos Drummond de Andrade e de Manoel Bandeira, quando convidou seu amigo Vinícius de Morais para gravar seus poemas.

Isso era 1957 para 1958. Vinícius, já um poeta consagrado, estava, nessa época, empolgadíssimo com o trabalho que vinha realizando junto com o jovem maestro Antonio Carlos Jobim, compondo música popular. Ele buscava alcançar um público mais amplo do que o que os livros, normalmente, têm. Vinícius estava fazendo poesia para tocar no rádio. Havia escrito, com Tom, as canções da peça Orfeu da Conceição, a adaptação do mito grego de Orfeu para as favelas do Rio de Janeiro. E havia colhido o sucesso de um dos temas, Se todos fossem iguais a você.

Vinícius de Moraes propôs a Irineu Garcia que, ao invés de gravar um disco de leitura de poesias, ele registrasse esse seu novo trabalho, os poemas musicados por Tom Jobim. O livreiro topou e eles decidiram procurar uma cantora que se adequasse ao projeto. A primeira proposta teria sido para Dolores Duran, mas não chegaram a um acordo. Decidiram-se então por Elizete Cardoso, que já havia gravado alguma música da nova dupla de compositores.

Duas das músicas do disco Canção do Amor Demais se destacaram entre as outras pela presença de um violão diferente, cheio de personalidade, que dava nova roupagem à interpretação do samba. Uma era a composição de Tom Jobim Outra vez. A outra, o tema Chega de Saudade. Nelas aparece, pela primeira vez em disco, a nova batida que João Gilberto criou para tocar o samba no violão.

O disco Canção do Amor demais foi lançado em abril de 1958, com relativo sucesso. Poucos meses depois, em julho, João Gilberto gravou um compacto, que tinha de um lado sua composição Bim Bom e do outro Chega de Saudade, como ele acreditava que devia ser cantada. E aí, sim, começou a revolução que mudou a música popular brasileira.

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Além da maneira inovadora de emular no violão o ritmo da bateria do samba, João Gilberto trouxe para a música brasileira um novo jeito de cantar. Antes dele, os cantores precisavam ter vozeirões, como Orlando Silva, que era seu ídolo. Inspirado em Chet Baker, João Gilberto incorporou o estilo do jazz da costa oeste dos Estados Unidos, cantando baixinho e com muito swing. Ali nascia uma nova era para a música popular brasileira, ali nascia a Bossa Nova.

No vídeo a seguir temos um raro encontro entre o maestro Antonio Carlos Jobim e João Gilberto, no palco do Teatro Municipal do Rio de Janeiro, em 1992. A música é Chega de Saudade, de Jobim e Vinícius de Moraes, a canção que é o marco inicial da bossa nova.

Flávio de Mattos é jornalista e escreve aqui sobre jazz a cada 15 dias. Dirigiu a Rádio Senado. Produz o programa Improviso – O Jazz do Brasil, que pode ser acessado no endereço: senado.leg.br/radio  

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