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Onde o diabo mora

A sensação é de fracasso e medo. O Rio de Janeiro vive seu pior momento. Não há política de segurança que dê conta

Por Mirian Guaraciaba
Atualizado em 6 fev 2018, 14h00 - Publicado em 6 fev 2018, 14h00

Sergio Cabral era um mentiroso contumaz. Ardiloso, abusou dos maus costumes e da fé do povo do Rio de Janeiro. Ao anunciar um programa de pacificação, véspera das eleições de 2010, mandou tocar Nelson Cavaquinho durante a cerimonia. “Juízo Final”. E jurou, para quem quisesse acreditar, que seria queimada a semente do mal, e a maldade iria desaparecer.

Oito anos depois, a sensação é de fracasso e medo. Ao mesmo tempo, misturado. O Rio de Janeiro vive seu pior momento. Não há política de segurança que dê conta de um estado que parece viver sob o comando do tráfico, das milicias, e do crime organizado. E quando não se tem política alguma?

É aí que o diabo mora.

O ministro da Defesa, Raul Jungmann repete, dia sim, dia não, que o sistema está falido. Que novidade é essa? Certamente, nem o ministro ignora que o colapso do estado aconteceu há anos, quando o bando de Sergio Cabral pôs a mão na botija e arruinou as contas públicas.

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E o estado degringolou. Hoje, o carioca é obrigado a conviver com inaceitáveis ações de criminosos que, à luz do dia, Interditam vias importantes de acesso na cidade maravilhosa, assustando a população e causando ainda mais prejuízos à depauperada economia do estado.

Tornou-se insuportável saber todos os dias que a cidade amanhece e anoitece sob tiroteios. Todos os dias, um policial militar é assassinado. As estatísticas mostram que o estado responde perversamente aos desmandos do crime organizado.

A última providencia veio do comando da PM do Rio, que estuda a extinção de 18, das 38 UPPs implantadas no estado. Para o cidadão comum, acabar com UPPs é o mesmo que dizer ao crime organizado: OK, vocês venceram, vamos devolver o estado, na sua integralidade, ao tráfico de drogas e às milícias.

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As UPPs nao acabaram com o crime, é claro. Minimizaram em algumas áreas e mascararam uma realidade doentia e cruel. O projeto dá, sim, sinais de cansaço. Fracasso, descaso. As UPPs prometeram e não entregaram a paz nas favelas, a interação com as comunidades, uma policia menos repressora. As UPPs nunca receberam a prometida e necessária contrapartida de programas sociais que as sustentassem em favelas miseráveis e carentes.

Na esteira do farsante Cabral, autoridades do Estado do Rio de Janeiro também são incorrigíveis mentirosos. Prometeram uma UPP em cada favela. Nem que Temer renunciasse… isso seria possível. As UPPs estão presentes em menos de 3% das mais de mil favelas do Rio. Enquanto as milícias comandam 41% das comunidades, e o tráfico, 56%.

Que diferença faria então uma UPP a mais? Ou a menos? Com tais autoridades municipais, estaduais e federais, o sol vai demorar a brilhar novamente… do mal nunca será queimada a semente… e talvez não tenhamos olhos para ver a maldade desaparecer.

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Mirian Guaraciaba é jornalista, paulista, brasiliense de coração, apaixonada pelo Rio de Janeiro 

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