Uma vez que o serviço secreto chinês tem informantes dentro do governo brasileiro, como admitiu o presidente Jair Bolsonaro, a essa altura já sabe o que foi dito sobre a China na reunião ministerial de 22 de abril último.
Os trechos do vídeo da reunião censurados pelo ministro Celso de Mello mais revelam do que escondem. Ali ficou clara a ojeriza de Bolsonaro e de alguns dos seus ministros ao maior parceiro comercial do Brasil no mundo.
Justamente por tal condição é que eles não querem bater de frente com o governo comunista chinês. Sentem-se obrigados a aturá-lo e vivem sob a pressão do agronegócio, parte da base eleitoral de Bolsonaro.
Mas as relações entre os dois países foram abaladas. E o Brasil pagará caro por isso, e também por estimular manifestações hostis que se repetem semanalmente em Brasília há pouca distância da embaixada da China.
O governo chinês é reconhecido por seu pragmatismo, mas a história do Império do Meio ensina que ele não engole desaforos. A paciência milenar nada tem a ver com conformidade, mas com sabedoria.