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Por Coluna
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O mito da verdade (por José Paulo Cavalcanti Filho)

Vivemos, hoje, em um mundo fake

Por José Paulo Cavalcanti Filho
Atualizado em 30 jul 2020, 18h55 - Publicado em 22 Maio 2020, 11h00

Saber onde anda a verdade é uma arte. Em carta a Mary Mac Donald, Lewis Carroll escreveu: “Não se apresse em acreditar em tudo que lhe contaram ou acabará incapaz de acreditar nas verdades mais simples”. Vivemos, hoje, em um mundo fake. Na internet. Na grande mídia. Em versões desencontradas. Tantas vezes incapazes de compreender a realidade que se oculta por trás das máscaras. Para provar isso proponho um teste, amigo leitor. Objetivo é saber se está preparado para reconhecer a verdade. Retomo famoso conto (Elogio de la Sombra) de bem conhecido autor, Jorge Luiz Borges. Que narra encontro, entre Caim e Abel, num deserto. Borges diz que “Caim viu, na testa de Abel, a marca da pedra com o que o matou. Então deixou cair o pano que ia levar à boca”. Foi quando Abel se dirigiu ao irmão. Mas o que terá dito a Caim?, eis a questão. Além do final de Borges, escrevi 3 outros para esse conto. E convido o leitor a escolher o certo. Poderia ser:

1) Uma parábola sobre a Virtude. Abel diz: “Eu te perdoo, meu irmão, não porque tu me pediste, mas porque vejo em teus olhos a chama generosa do arrependimento”. Responde Caim: “Agradeço-te, meu irmão, mas permita que te diga não ser esse arrependimento mais nobre que a humildade no confessar minhas fraquezas”.

2) Uma parábola sobre o Perdão. Abel: “Você me matou ou eu te matei?, já não recordo. Aqui estamos, juntos como antes”. Caim: “Agora sei que me perdoaste, meu irmão, porque esquecer é perdoar, e eu também tratarei de esquecer”.

3) Uma parábola sobre a Justiça. Abel: “Não sou eu quem tem que te perdoar meu irmão, mas tu mesmo”. Caim: “Se assim for, então não há razão para nenhum perdão, que o justo que é justo não perdoa. E minha consciência diz que devo pagar por meus erros”.

4) Uma parábola sobre o Remorso. Abel: “Não te perdoei apenas porque nunca soube, de nós dois, quem fez mais mal, um ao outro. Se foste tu, matando-me. Ou se fui eu, perseguindo-te como um fantasma, desde o paraíso perdido até o fim dos tempos”. Caim: “Já que assim é, meu irmão, então eu te perdoo, mas desde que tu também me perdoes”.

No caso, sabe já antecipadamente o leitor que 3 dessas parábolas são falsas. O que simplifica sua escolha. Se escolher o final certo, no conto de Borges, parabéns.

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P.S. Certa é a versão “Uma parábola sobre o Perdão”.

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José Paulo Cavalcanti Filho.

jp@jpc.com.br

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