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O legado de Temer

Certamente seu governo seria bem mais virtuoso, se não fosse o fatídico 17 de maio de 2017,

Por Hubert Alquéres
Atualizado em 30 jul 2020, 20h04 - Publicado em 26 dez 2018, 10h00

Sim, Michel Temer foi o primeiro presidente denunciado por suspeita de corrupção em pleno exercício do mandato. Sim, chega ao fim de seu governo com altíssimo nível de desaprovação. Sim, não teve condições sequer de ter um candidato que defendesse seu legado. Mas apesar dos pesares, entrega ao seu sucessor um país bem mais organizado do que recebeu. E é possível que seja atribuído a ele o mérito de ter lançado as bases para o Brasil retomar o crescimento sustentável, se Jair Bolsonaro aprofundar a agenda reformista iniciada no governo Temer.

Sua política econômica foi vitoriosa nas urnas. Tanto assim que a política anunciada pela equipe capitaneada por Paulo Guedes não é de ruptura. É de continuidade, de aprofundamento na direção do saneamento das contas públicas e de desengessamento da economia. A ruptura defendida por Fernando Haddad foi incontestavelmente derrotada no voto. Temer, portanto, não deixa de ter razão ao se sentir um vitorioso, como externou em entrevista ao Correio Braziliense.

Ao final do governo, o presidente tem números a apresentar, sobretudo quando comparados com a era de Dilma Rousseff. A inflação, antes na casa de dois dígitos, está abaixo da meta de 4,5%, enquanto que em dois anos a taxa básica de juros recuou de 14,5% para 6,5%. Não se vislumbra no horizonte o retorno da inflação e da elevação dos juros.

Resgatou também a credibilidade da política monetária, duramente afetada pelo intervencionismo de sua antecessora.

A retomada do crescimento e a recuperação do emprego foram lentas e irrisórias, é verdade. Mas se deve levar em consideração a ruína causada pela “nova matriz econômica”, cuja herança foi a queda de quase 10% do PIB e os 14 milhões de desempregados.

Na economia as coisas acontecem assim: os danos de uma política equivocada vem a galope, mas o conserto de seus desajustes demandam tempo e muito sacrifício.

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Entre os ativos de Temer estão ainda a reforma trabalhista, a emenda constitucional do teto de gastos e a recuperação das estatais.

A Petrobras saiu das páginas policiais, voltou a dar lucro, se valorizou, retomou sua capacidade de investir.  As empresas estatais retomaram seu caráter público. Alterações no marco regulatório do pré-sal tornaram atrativos os novos leilões, que devem gerar R$ 100 bilhões para o país. A bolsa-empresário do BNDES cedeu lugar a regras transparentes.

Credite-se a seu favor o retorno da política externa ao leito natural, deixando para trás o terceiro-mundismo e as relações ditadas por afinidades ideológicas dos tempos de Celso Amorim e Marco Aurélio Garcia. Na educação, foram dados passos importantes com a reforma do ensino médio e a definição da Base Nacional Curricular Comum para todo o ensino básico.

Certamente seu governo seria bem mais virtuoso, se não fosse o fatídico 17 de maio de 2017, quando veio a público a gravação de sua conversa nada republicana com Wesley Batista. A partir daí o presidente perdeu ímpeto reformista, dedicando-se principalmente a sua sobrevivência. E a custo altíssimo para o país.

Ao não levar adiante as reformas da Previdência e Tributária, Michel Temer abdicou do enfrentamento estrutural da crise fiscal, daí o pífio crescimento da economia e da pequena queda do desemprego.

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Elas continuam inadiáveis.

A bola agora está com o novo presidente, Jair Bolsonaro. Mas, ao contrário de seu antecessor, o ex-capitão receberá uma herança bendita. 

 

Hubert Alquéres é professor e membro do Conselho Estadual de Educação (SP). Lecionou na Escola Politécnica da USP e no Colégio Bandeirantes e foi secretário-adjunto de Educação do Governo do Estado de São Paulo

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