Assine VEJA por R$2,00/semana
Imagem Blog

Noblat Materia seguir SEGUIR Seguindo Materia SEGUINDO

Por Coluna
O primeiro blog brasileiro com notícias e comentários diários sobre o que acontece na política. No ar desde 2004. Por Ricardo Noblat. Este conteúdo é exclusivo para assinantes.
Continua após publicidade

O gosto do Poder

Enfrentamento ideológico

Por João Bosco Rabello
Atualizado em 30 jul 2020, 19h46 - Publicado em 27 abr 2019, 11h00

Por João Bosco Rabello

A opção do governo Bolsonaro, em seus primeiros quatro meses, pelo enfrentamento ideológico comprometeu o ambiente positivo produzido pelo clima reformista da gestão Temer. A expectativa dos agentes politicos e econômicos era de continuidade imediata da reforma da Previdência, em primeiro lugar, e do compromisso com a pauta do ajuste fiscal.

Logo após a vitória eleitoral de Bolsonaro e, antes mesmo de sua posse, até entre candidatos derrotados o convencimento era o de que não haveria tempo a perder nos seis primeiros meses para algum êxito na recuperação econômica, sobre cuja prioridade havia consenso incomum.

Embora tenha enviado sua proposta de reforma – a Nova Previdência -, o presidente fez – e ainda faz – questão de manter distância política do tema, limitando-se a uma defesa protocolar de sua necessidade como fator de estímulo à economia. Mais que isso, aqui e ali, desdenha da meta fixada pela área econômica de uma poupança de 1 trilhão em prazo de dez anos.

A soma da demora em entrar no tema e a participação anêmica em sua defesa foi mais que suficiente para que a proposta ainda seja uma dúvida e sua meta original desdidratada em 400 bilhões de reais. Os mercados político e econômico já não têm dúvida de que ao presidente da República o assunto não parece tão caro.

Continua após a publicidade

Mas ao abdicar da articulação pela aprovação da reforma, Bolsonaro estimulou o Legislativo a exercer a máxima de que em política não existe vácuo. Passado o susto com o gesto presidencial de lhes transferir a responsabilidade pela aprovação da mãe das reformas, os parlamentares já estão plenamente à vontade para assumí-la.

E o fazem com a desenvoltura registrada pelo presidente da Comissão Especial que a examinará no seu mérito, deputado Marcelo Ramos (PR-AM): “Se ele (Bolsonaro) não falar até o final da votação, vai ajudar um bocado”, disse. Embora fosse uma reação pontual a uma fala presidencial, a frase escancara o bm estar com a autonomia dada pelo governo ao Legislativo.

O presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), dá sinais claros de que já não se sente desconfortável em ter sua interlocução com o governo restrita ao ministro da Economia, Paulo Guedes. Parece até estimulado a assumir o protagonismo da condução da reforma da previdência que, mesmo impopular, nos tempos atuais aproxima o Legislativo de um tema de interesse do País e o distancia do crônico ambiente da relação fisiológica.

Embora o governo se empenhe tardiamente em criar uma distensão necessária e a Lava Jato ainda mantenha a expectativa de mais baixas no Legislativo, permanece como desdobramento previsível o gosto crescente -e já perceptível – do Legislativo pela autonomia política – algo que dificilmente perderá.

Continua após a publicidade

Poder, afinal, não se transfere e nem se devolve.

 

João Bosco Rabello é jornalista profissional, em Brasília, há 40 anos, e sócio-editor do site Capital Político (capitalpolitico.info )

Publicidade

Matéria exclusiva para assinantes. Faça seu login

Este usuário não possui direito de acesso neste conteúdo. Para mudar de conta, faça seu login

Domine o fato. Confie na fonte.

10 grandes marcas em uma única assinatura digital

MELHOR
OFERTA

Digital Completo
Digital Completo

Acesso ilimitado ao site, edições digitais e acervo de todos os títulos Abril nos apps*

a partir de R$ 2,00/semana*

ou
Impressa + Digital
Impressa + Digital

Receba Veja impressa e tenha acesso ilimitado ao site, edições digitais e acervo de todos os títulos Abril nos apps*

a partir de R$ 39,90/mês

*Acesso ilimitado ao site e edições digitais de todos os títulos Abril, ao acervo completo de Veja e Quatro Rodas e todas as edições dos últimos 7 anos de Claudia, Superinteressante, VC S/A, Você RH e Veja Saúde, incluindo edições especiais e históricas no app.
*Pagamento único anual de R$96, equivalente a R$2 por semana.

PARABÉNS! Você já pode ler essa matéria grátis.
Fechar

Não vá embora sem ler essa matéria!
Assista um anúncio e leia grátis
CLIQUE AQUI.