Assine VEJA por R$2,00/semana
Imagem Blog

Noblat Materia seguir SEGUIR Seguindo Materia SEGUINDO

Por Coluna
O primeiro blog brasileiro com notícias e comentários diários sobre o que acontece na política. No ar desde 2004. Por Ricardo Noblat. Este conteúdo é exclusivo para assinantes.
Continua após publicidade

O carrasco de Evo Morales foi ele mesmo

O triste destino do primeiro indígena presidente da Bolívia

Por Ricardo Noblat
Atualizado em 30 jul 2020, 19h19 - Publicado em 11 nov 2019, 07h00

Foi Evo Morales que cavou o buraco em que se meteu ao tentar se eternizar no poder. Mas fora da legalidade, nenhuma solução será aceitável para superar a crise política que convulsiona a Bolívia.

A Constituição previa que Morales governasse até duas vezes consecutivas. Ele contornou a Constituição e governou três. Por fim, deu um jeito para disputar pela quarta vez um novo mandato.

Então convocou um plebiscito para que os bolivianos dissessem se isso seria desejável – eles responderam que não. Morales driblou o plebiscito e arrancou da Justiça uma permissão para disputar.

A Organização dos Estados Americanos declarou que foi fraudulenta a eleição que daria a Morales mais um mandato. Quando ele concordou em chamar uma nova eleição já era tarde.

Não tinha mais condições para governar. Perdera o apoio de aliados tradicionais como a Igreja Católica e a Central que reúne os sindicatos de trabalhadores. Perdera também o apoio das ruas.

Continua após a publicidade

Se, na undécima hora, tivesse anunciado que se limitaria a cumprir seu mandato até o fim, passando a faixa presidencial ao sucessor a ser eleito em breve, talvez não tivesse caído. Não o fez.

Uma coisa é a pressão social legítima que pode forçar a queda do governante que se tornou um estorvo para parte do seu povo. Outra bem diferente é o uso da violência e a intervenção militar.

Em países onde os adversários da democracia se aproveitam da liberdade que ela lhes concede para enfraquecê-la e, se possível, destruí-la, todo cuidado é pouco para não dar lugar a retrocessos.

Às Forças Armadas cabe zelar pela ordem, não favorecer grupos políticos. O comandante do Exército boliviano exorbitou ao se pronunciar publicamente sugerindo a renúncia a Morales.

Continua após a publicidade

O ex-presidente foi obrigado a se esconder para escapar do risco de ser preso ou de algo pior, uma vez que a casa de uma irmã dele havia sido incendiada por vândalos travestidos de manifestantes.

A ambição desmedida de Morales pelo poder não será capaz de apagar as conquistas econômicas e sociais da Bolívia registradas durante seu extenso período de governo.

O tratamento que se lhe dê depois da queda, e o que venha acontecer com o país daqui para frente, poderão ser determinantes para reabilitar Morales mais cedo do que seus adversários supõem.

Publicidade

Matéria exclusiva para assinantes. Faça seu login

Este usuário não possui direito de acesso neste conteúdo. Para mudar de conta, faça seu login

Domine o fato. Confie na fonte.

10 grandes marcas em uma única assinatura digital

MELHOR
OFERTA

Digital Completo
Digital Completo

Acesso ilimitado ao site, edições digitais e acervo de todos os títulos Abril nos apps*

a partir de R$ 2,00/semana*

ou
Impressa + Digital
Impressa + Digital

Receba Veja impressa e tenha acesso ilimitado ao site, edições digitais e acervo de todos os títulos Abril nos apps*

a partir de R$ 39,90/mês

*Acesso ilimitado ao site e edições digitais de todos os títulos Abril, ao acervo completo de Veja e Quatro Rodas e todas as edições dos últimos 7 anos de Claudia, Superinteressante, VC S/A, Você RH e Veja Saúde, incluindo edições especiais e históricas no app.
*Pagamento único anual de R$96, equivalente a R$2 por semana.

PARABÉNS! Você já pode ler essa matéria grátis.
Fechar

Não vá embora sem ler essa matéria!
Assista um anúncio e leia grátis
CLIQUE AQUI.