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No mundo encantado de Lula

Memórias do blog

Por Ricardo Noblat Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO Atualizado em 13 jan 2018, 12h00 - Publicado em 13 jan 2018, 12h00
O ex presidente Luiz Inácio Lula da Silva (Ricardo Matsukawa/VEJA.com)

(Artigo publicado em 13/01/2017)

Mesmo aos que detestam Lula, e principalmente a esses, recomendo acompanhar o que ele diz sempre que se reúne com seus correligionários ou concede entrevistas a jornalistas amestrados. Porque é só entre eles que Lula, hoje, consegue circular. E é só a jornalistas simpáticos às suas teses que ele mais fala do que responde a perguntas, nenhuma delas embaraçosa.

Que não se perca por preciosa e exemplar a oportunidade não muito comum entre nós de se ver um líder político empenhado em desenhar um mundo completamente distante daquele que de fato existe. Um mundo de ficção capaz de justificar seus atos passados e de sustentar suas aspirações futuras. É nesse mundo que Lula tenta sobreviver enquanto espera o desfecho do seu destino na Justiça.

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Diante de sindicalistas que se juntaram, ontem, em Brasília, para ouvi-lo e concordar com tudo o que dissesse, Lula discorreu sobre a crise econômica que empurrou o país para o buraco, apagou as conquistas sociais dos últimos 13 anos e pouco, produziu mais de 12 milhões de desempregados e está muito longe de ser debelada. A crise não foi obra do desgoverno de Dilma, garantiu Lula.

Ela até pode ter errado quando promoveu desonerações à farta, mas o fez para preservar empregos. A crise é obra do governo golpista que derrubou Dilma, segundo Lula. Não importa que esse governo só tenha se estabelecido em definitivo há pouco mais de três meses. Ele veio para fazer o mal em contraponto aos dois governos de Lula e aos governos de Dilma que só fizeram o bem.

Quem impediu Dilma de adotar as medidas necessárias para impedir o agravamento da crise cujos primeiros sinais apareceram ainda no fim do segundo governo de Lula? Interessado em que seu período no poder ficasse para a história como “um período mágico”, Lula não foi. Tampouco Dilma ou o PT que lhe negou apoio. Foi Eduardo Cunha, afirma Lula, e as forças que ele controlava na Câmara.

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Quanto à corrupção que como sócio, cúmplice ou beneficiário, Lula viu alastrar-se por seus governos e atingir o pico nos governos de Dilma, nem uma palavra. Ou melhor, só uma palavra indireta em forma de pergunta. “Quem é que vai tirar o país da lama em que ele se encontra?” – provocou Lula. E a dócil e entusiasmada plateia respondeu em coro: “”Lula, Lula”.

Foi a deixa que ele queria para arrematar sua peça de ficção: “Se cuidem porque, se eu voltar a ser candidato a presidente da República será para fazer muito mais do que nós fizemos. Tenho 71 aos e pareço um jovem de 30. Quem acha que vai me proibir de fazer as coisas, pode se preparar que eu vou voltar a andar este país para fazer as coisas importantes.”

Lula é réu em cinco processos. Poderá virar réu em outros. Está próximo o dia em que será condenado pelo juiz Sérgio Moro. Talvez lhe seja concedido o benefício de recorrer da decisão de Moro em liberdade. A decisão será confirmada pela Justiça em segunda instância. Ele se tornará inelegível e começará a cumprir pena. Então se reconciliará com o mundo real. Ou não.

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