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Moro cala sobre os ataques de Bolsonaro à imprensa

Ministro da Justiça do Brasil ou ministro do governo?

Por Ricardo Noblat
Atualizado em 30 jul 2020, 19h12 - Publicado em 21 jan 2020, 08h00

O ex-juiz Sérgio Moro foi aprovado em mais um teste de fidelidade irrestrita ao presidente Jair Bolsonaro. Foi capaz de afirmar que seu patrão “dá ampla liberdade à imprensa” apesar dos ataques que ele faz rotineiramente a jornalistas e a veículos de comunicação desde que tomou posse em janeiro do ano passado.

Segundo balanço divulgado pela Federação Nacional dos Jornalistas, Bolsonaro, em 2019, foi o responsável por 121 dos 208 ataques, o que representa 58% do total. E nada indica que ele esteja disposto a mudar de comportamento. Pelo contrário. No último dia 6, Bolsonaro disse a um grupo de repórteres:

– Quem não lê jornal não está informado. E quem lê está desinformado. Tem de mudar isso. Vocês são uma espécie em extinção.

Há cinco dias, em solenidade no Palácio do Planalto, ele disse aos gritos:

– Nossa imprensa tem medo da verdade. Trabalham contra a democracia, contra a liberdade, trabalham pelo que não presta no Brasil. […] Deixem nosso governo em paz.

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Entrevistado, ontem, no programa Roda Viva, da TV Cultura, e perguntado sobre os ataques, Moro preferiu responder assim:

– O que vi nas eleições passadas, é que você tinha um grupo falando que iria regular imprensa, cercear a liberdade da imprensa e do judiciário. E do outro lado, vejo o presidente dando ampla liberdade à imprensa. […] Você não vê qualquer atitude do presidente tentando cercear a liberdade de imprensa.

Mandar jornalista calar a boca não é uma tentativa de cercear a imprensa? Cancelar assinaturas de jornais para que ninguém no governo os leia, não seria outra tentativa? Não perder uma só oportunidade para desacreditar o que se publica a seu respeito é o quê? Não adianta perguntar a Moro. É perda de tempo.

“O que acontece é que ele tem sido criticado e muitas vezes reage”, concede o ex-juiz. Ou porque não se importa com os ataques ou porque se importa em demasia em manter o emprego. O episódio protagonizado pelo filonazista Roberto Alvim, e que lhe custou a Secretaria de Cultura, foi tratado por Moro como “uma bizarrice”.

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Bizarro, segundo os dicionários, quer dizer arrogante, esquisito, estranho, extravagante, fanfarrão, generoso, gentil, jactancioso, nobre, ostentativo, singular. Moro admitiu com cuidado que deu sua opinião a respeito em conversa com Bolsonaro, e que concordou com a atitude dele de demitir Alvim.

Mas se enrolou para explicar por que outros ministros do governo vieram logo a público condenar a fala de Alvim, e ele não. Só agora o fez, e mesmo assim medindo as palavras. Não as mediu quando foi obrigado a responder perguntas sobre o vazamento de suas conversas com os procuradores da Força Tarefa da Lava Jato.

Repetiu o que disse em outras entrevistas. Inovou ao afirmar que tudo o que foi revelado pelo site The Intercept, a VEJA, a Folha de S. Paulo e o jornal El País não passou de uma “bobajarada”. Com a expressão, que não existe nos dicionários, enriqueceu a língua portuguesa que só registrava até então “bobajada”.

Que se cuide o “impreCionante” ministro Abraham Weintraub, da Educação, autor, entre outras pérolas, de “haviaM emendas parlamentares de R$ 55 milhões para recuperar o museu” e de “há uma série de fake news envolvendo meu nome, algumas calúnias nas quais eu inSitaria a violência”. Moro entrou no páreo.

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