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Lula, “preso político”

Dilma Roussef escolheu o cenário ideal para denunciar o absurdo das prisões políticas: Cuba.

Por Ruy Fabiano
Atualizado em 21 jul 2018, 10h00 - Publicado em 21 jul 2018, 10h00

A ex-presidente Dilma Roussef escolheu o cenário ideal para denunciar o absurdo das prisões políticas: Cuba. Lá, como se sabe, tal anomalia é desconhecida; os cubanos ignoram o que seja.

Perante representantes da Venezuela, Nicarágua, Bolívia, Equador, e de outros países em que o tema se reveste do mesmo ineditismo, disse, no 24º encontro do Foro de São Paulo, em Havana, que “no Brasil há um preso político: o ex-presidente Lula”.

“Só?” – devem ter pensado os anfitriões. Segundo a Comissão Cubana de Direitos Humanos e Reconciliação Nacional, há, em Cuba, reconhecidos oficialmente, 140 prisioneiros políticos.

Esses números, de 2016, são obviamente inexatos, já que obtidos junto ao governo. A mesma Comissão dispõe de 6 mil e 200 relatos de detenções arbitrárias, entre janeiro e outubro de 2015, acrescidos da informação de que há trabalhos forçados, 12 horas por dia, para esses presos. Não é o caso de Lula, livre ou preso.

Voltemos a Dilma. Sustentou, na reunião do Foro, ocorrida esta semana, a narrativa petista de que não há provas contra Lula e que foi detido por razões ideológicas. Ora, se esse fosse o motivo (a ideologia), Dilma e Gleise Hoffmann (que lá estava também, sustentando a mesma ladainha) já lhe estariam fazendo companhia.

Afinal, rezam pela mesma cartilha. O que os ameaça por igual – e a tantos outros políticos, não necessariamente de esquerda – não é o ideário que professam, mas o Código Penal.

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Para desconforto deles, esse Código capitula roubo, lavagem de dinheiro, corrupção ativa e passiva, entre outros, como crimes. E prevê detenção para quem os pratica. Nesses termos, e sendo do que se trata, Lula já está preso. E os processos (no plural) contra Dilma e Gleisi estão em curso. Não se trata, pois, como já se tornou clichê repetir por aqui, de presos políticos, mas de políticos presos.

Na mesma condição de Lula, e pelos mesmos motivos, estão velhos parceiros de seu governo (e dos de Dilma), políticos como Eduardo Cunha, Sérgio Cabral, Geddel Vieira Lima, Antonio Palocci, três ex-tesoureiros do PT, entre muitos outros.

E há mais gente na fila, que hoje abrange praticamente todo o espectro partidário (PSDB, MDB, PDT, PP, Psol etc.).

Por que Dilma não mencionou na mesma categoria de Lula esses personagens? Palocci, por exemplo, que comandou sua campanha de reeleição; ou Geddel Vieira Lima, que ela fez vice-presidente da Caixa Econômica; ou Sérgio Cabral, para quem pediu votos e, a exemplo de Lula, considerou um carioca exemplar.

Foram todos, afinal, presos pelo mesmo motivo de Lula. Fizeram as mesmas coisas, quase todas em parceria.

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Dizer que Lula é inocente e que não há provas contra ele obedece àquele princípio de Goebbels, ministro da Propaganda de Hitler: uma mentira repetida à exaustão vira verdade. O que mais se ouve em presídios são os seus habitantes jurarem inocência.

A sentença de Sérgio Moro foi confirmada e agravada na segunda instância (TRF-4) e a prisão de Lula mantida nas terceira (STJ) e quarta instâncias (STF). Como o público em geral não lerá as mais de trezentas páginas da sentença de Moro, é fácil negá-la.

O PT não quer eleições pelo simples fato de que não possui candidato competitivo e repele coalizões em que não figure na cabeça da chapa. Quem examinar os vídeos de José Dirceu – cidadão livre, graças a Dias Toffoli – sabe que o partido investe contra o pleito.

O slogan é simples – e falso: “Sem Lula, eleição é fraude”. Como tal, cumpre sabotá-la. E é o que já
se empenham em fazê-lo. “É hora de ação”, conclama Dirceu. Cuidado!, dizemos nós.

 

Ruy Fabiano é jornalista 

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