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Lava Jato ganha sobrevida com decisões de Fux e de Celso de Mello

Por ora, a sangria continua

Por Ricardo Noblat
Atualizado em 18 ago 2020, 09h06 - Publicado em 18 ago 2020, 09h00

Ainda não foi desta vez. Dava-se como certo nos meios jurídicos de Brasília que o procurador Deltan Dallagnol, coordenador da força tarefa da Lava Jato em Curitiba, seria condenado pelo Conselho Nacional do Ministério Público em dois procedimentos disciplinares a que responde por abuso de poder.

Prestes a assumir por dois anos a presidência do Supremo Tribunal Federal, o ministro Luiz Fux, à tarde, suspendeu os efeitos de uma advertência imposta em novembro a Dallagnol, o que tornava mais distante seu afastamento da chefia da Lava Jato. À noite, Celso suspendeu o julgamento marcado para hoje.

Fux fez por merecer a fama que tem de amigo número um da Lava Jato. Em 2016, logo após a abertura do processo de impeachment contra a presidente Dilma, depois de uma conversa que teve com Fux, Dallagnol contou a um grupo de procuradores o que ouvira dele: “Disse para contarmos com ele para o que precisarmos”.

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Ao que o então juiz Sergio Moro, informado sobre a conversa, comentou por escrito: “Excelente. In Fux we trust” (Em Fux nós confiamos”). Moro poderia acrescentar que também em Celso ele e a Lava Jato podem confiar pelo menos até novembro, quando o ministro, ao atingir os 75 anos de idade, deixará o tribunal.

No seu despacho, Celso afirmou que é “inaceitável a proibição ao regular exercício do direito à liberdade de expressão” de membros do Ministério Público e afirma que limitar esse direito “revela-se em colidência com a atuação independente e autônoma garantida ao Ministério Público pela Constituição”.

Segundo Celso, a autonomia do Ministério Público mete medo. “Sabemos que regimes autocráticos, governantes ímprobos, cidadãos corruptos e autoridades impregnadas de irresistível vocação tendente à própria desconstrução da ordem democrática temem um Ministério Público independente”, escreveu.

Quem não gostou nem um pouco das decisões de Fux e de Celso foi Augusto Aras, Procurador-Geral da República, que tenta há dois meses reduzir a autonomia da Lava Jato e submetê-la ao seu controle direto. O enfraquecimento da Lava Jato interessa aos políticos em geral, especialmente aos investigados por corrupção.

A investida de Aras contra a operação poderia facilitar o entendimento entre o presidente Jair Bolsonaro e os partidos do Centrão que querem ver pelas costas Moro e os procuradores. “É preciso estancar a sangria”, advertiu o então senador Romero Jucá (MDB) em 2016. Por ora, a sangria continua.

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