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Globalização 4.0

Davos 2019 acontece em meio à expectativa de diminuição do ritmo do crescimento mundial

Por Hubert Alquéres
Atualizado em 30 jul 2020, 20h01 - Publicado em 23 jan 2019, 12h00

A fina flor do capitalismo mundial esta reunida em Davos em busca de respostas para os efeitos da globalização. Não estão em questão os benefícios que ela gerou ou um retorno à velha ordem anterior. O grande desafio do Fórum Econômico Mundial 2019 é redesenhar uma nova arquitetura global que seja inclusiva e sustentável. O presidente executivo e idealizador de Davos, Klaus Schwab, chega a sugerir um esforço mundial semelhante ao pós Segunda Guerra, quando a comunidade internacional se uniu para construir um “futuro compartilhado”. Essa união levou à reconstrução de uma Europa em ruínas.

O movimento proposto está sendo chamado de globalização 4.0, por ser contemporâneo da Quarta Revolução Industrial. É produto de uma tomada de consciência de que parte significativa da humanidade ficou à margem dos benefícios da globalização, daí sua insatisfação com a ordem econômica mundial e a arquitetura institucional global.

A construção de um “futuro compartilhado”, baseado em “valores morais”, parte do reconhecimento de que a onda nacional-populista decorreu de fatores objetivos, tais como: perda de competitividade das economias que não acompanharam a revolução tecnológica; queda no emprego e de status social de parcelas populacionais significativa; imigrações desordenadas, e a própria recuperação lenta e desigual da crise de 2008.

Outros fatores levam à necessidade do rearranjo global, no qual a cooperação e a união de esforços são fundamentais. Davos 2019 acontece em meio à expectativa de diminuição do ritmo do crescimento mundial, de falta de respostas para questões ambientais e climáticas e de continuidade de guerras comerciais.

O Fórum põe na ordem do dia questões que não foram equacionadas pelo livre mercado, como a destruição ambiental, a fome, o enfrentamento da desigualdade e da distribuição da riqueza. Se de um lado a terceira revolução industrial retirou da linha da miséria centenas de milhões de pessoas e transformou a China em uma potência, de outro, desorganizou economias locais e concentrou a riqueza a nível jamais visto.

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Estes fenômenos podem se agravar com a Quarta Revolução Industrial. A robótica e a inteligência artificial tendem a levar a humanidade à sociedade do não-trabalho, com a máquina substituindo o homem. Como será a divisão do bolo da riqueza gerado pela revolução digital é uma questão a ser enfrentada em escala planetária.

Faz todo sentido o apelo de Davos pela construção de um futuro compartilhado, assim como sua referência ao esforço desprendido pela humanidade no pós Segunda-Guerra Mundial. Há, porém, uma ressalva importante. A reconstrução da Europa logrou sucesso porque foi financiada pelo Plano Marshall e os Estados Unidos, pragmaticamente, perceberam que se não investissem nessa reconstrução, os partidos comunistas dos países ocidentais poderiam chegar ao poder.

Davos se reúne sob o signo de outras ameaças, como a intensa onda migratória e o avanço do nacional-populismo. Para ser eficaz, a Globalização 4.0 precisará de seu “Plano Marshall”. Sem isso, o discurso do “futuro compartilhado” será uma mera declaração de intenção.

 

Hubert Alquéres é professor e membro do Conselho Estadual de Educação (SP). Lecionou na Escola Politécnica da USP e no Colégio Bandeirantes e foi secretário-adjunto de Educação do Governo do Estado de São Paulo 
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