O senador Flávio Bolsonaro (PSL-RJ) queixa-se sem razão do Ministério Público do Rio de Janeiro, a quem acusa de ter quebrado seu sigilo fiscal e bancário antes que a Justiça autorizasse, e vazado os dados que o põem na incômoda situação de investigado por corrupção e lavagem de dinheiro.
Na verdade, Flávio deveria agradecer ao Ministério Público por ter mantido em segredo desde janeiro do ano passado as informações a respeito que recebera do Conselho de Controle de Atividades Financeiras (COAF). Imagine se elas tivessem se tornado públicas antes da sua e da eleição do seu pai a presidente da República?
Foi o segredo mais bem guardado pelos promotores. Se quebrado, talvez o resultado da eleição tivesse sido outro. Afinal, o combate à corrupção foi uma das bandeiras do clã dos Bolsonaro à caça de votos. Ela, hoje, está emporcalhada e corre o risco de rasgar-se.