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Por Coluna
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Estados de loucura em pessoas normais

Psicanálise da Vida Cotidiana

Por Carlos de Almeida Vieira
Atualizado em 29 ago 2018, 16h00 - Publicado em 29 ago 2018, 16h00

Quem de nós não passou por um estado de angústia e desespero onde não teve condições de conter, albergar e hospedar dentro de si a turbulência da dor psíquica? Pois bem, não é muito incomum na prática analítica tais fenômenos, inclusive a famosa e atual “crise de pânico”.

As pessoas que vivem turbulências emocionais e que, por algumas horas e dias não sentem condições e recursos para lidarem com pequena desorganização temporária. Nossa cultura ocidental não nos preparou para dar o devido valor que a mente humana contém dentro de si, anjos e diabos, e que os diabos, o demon, às vezes toma conta e cria uma experiência de desorganização sem capacidade de reflexão e pensamento.

Nossos pais também, não por culpa deles, não nos ensinaram, pelo contrário, evitaram que o desconforto psíquico precisa ser expulso da mente (projeção) para que não se tenha o trabalho psíquico de lidar com a dor mental.

Nos estudos pós-freudianos da psicanálise, através de uma clínica não mais neurótica por execelência, observou-se estados “psicóticos” passageiros que criaram uma demanda mais atual na experiência analítica. Freud sempre disse que os sonhos e pesadelos eram a loucura exercida nos sonhos do sono. Agora sabemos que mesmos nos estados de vígilia sonhamos sem percebermos e, esses estados povoam nossas mentes durante o dia.

Manifestações de ódios mortíferos, medos terroríficos, estados de “angústia sem nome”, atuações de atos perversos, narcísicos de pessoas ditas normais mas de uma intolerância demasiada, tudo isso determina um sofrimento novo: medo de enlouquecer, vazios depressivos intensos com ideias e fantasias de suicídio, vida afetiva vazia em pessoas materialmente bem sucedidas, estados de estranheza e crises de identidades, revelam que os normais não são tantos normais como se pensa.

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A psicanálise atual mostra a necessidade de que as pessoas desenvolvam seu aparelho psíquico para fazer face às “essas crises” existenciais para suportarem “a visita de seus demônios internos” sem perderem a capacidade de sentir e pensar sobre eles não como uma patologia estrutural, mas como característica da natureza humana que traz em sua realidade impulsos criativos tanto quanto forças destrutivas.

Acreditamos nós analistas, que as pessoas com benifício em suas análises podem desobrir a capacidade de transformar suas “loucuras circunstanciais” em estados de “loucura sana”, ou seja, elas retiram dos estados de angústia aterrorizadora, transformações criativas. Os artistas, os poetas, os escritores genais têm essa qualidade. Há muitos recursos que não sabemos que temos.

Carlos de Almeida Vieira é alagoano, residente em Brasília desde 1972. Médico, psicanalista, escritor, clarinetista amador, membro da Sociedade de Psicanálise de Brasília, Sociedade Brasileira de Psicanálise de São Paulo e da International Psychoanalytical Association  

(reprodução/Reprodução)
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