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Por Coluna
O primeiro blog brasileiro com notícias e comentários diários sobre o que acontece na política. No ar desde 2004. Por Ricardo Noblat. Este conteúdo é exclusivo para assinantes.
Em jogo, o futuro do país
O que de fato será julgado, hoje, em Porto Alegre
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Atualizado em 24 jan 2018, 08h00 - Publicado em 24 jan 2018, 08h00
Se eleição sem Lula é fraude, quem participar dela será cúmplice de uma fraude. Donde se pode concluir que o PT será cúmplice se participar.
Uma vez que eleição sem Lula não é uma fraude, o PT mente quando insiste em dizer que é, e tenta constranger partidos e eleitores.
Mas que discurso mais autoritário é esse? Simplesmente, ele investe contra a legitimidade de um processo eleitoral sem Lula.
Não só: esconde a verdadeira razão pela qual Lula corre o risco de ser condenado. Esta: foi acusado de corrupção.
O juiz Sérgio Moro condenou Lula a nove anos e tanto de cadeia no caso do tríplex 164-A que lhe teria sido dado pela OAS a título de propina.
O Tribunal Federal de Recursos da 4ª Região (TRF-4), hoje. em Porto Alegre, confirmará ou não a sentença de Moro.
Não estará em questão se o tríplex, algum dia, foi registrado em nome de Lula. Só faltava o país da jabuticaba ter inventado recibo de propina.
A discussão entre acusação e defesa vai girar em torno do fato de se em algum momento o tríplex pertenceu ou não a Lula e à sua família.
Se os três juízes, ou pelo menos dois deles, concluírem que sim, condenarão Lula. Do contrário, o absolverão.
Uma coisa são os argumentos a serem esgrimidos por acusação e defesa. Acusação acusa, defesa defende. Sempre foi assim e para sempre será.
Outra coisa, a robustez ou a fraqueza das provas reunidas no processo. Sobre isso, cada um pode ter sua opinião, embora só importe a dos juízes.
Quem é o dono do apito dentro de um campo de jogo? Seria possível um jogo chegar ao fim sem ninguém que o apitasse?
Antigamente não havia replay e os juízes erravam mais. Nem TV Justiça e uma sociedade mais bem informada, e por isso eles erravam mais.
Antigamente, os juízes não deviam satisfações a ninguém, apenas à sua consciência. Hoje, à sua consciência e à sociedade que os julga.
Não basta aos juízes de Porto Alegre concluir pela inocência ou culpa de Lula. Há todo um país a ser convencido do acerto da decisão deles.
Nunca antes um presidente da República foi julgado por crime comum. No banco dos réus, o favorito para vencer as próximas eleições.
Para o bem ou para o mal, pois, será um julgamento histórico. O resultado influenciará o futuro do país, e, como tal, o futuro de cada um de nós.
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