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Por Coluna
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Divagações (por Maria Ida Fontenelle)

Tentado entender um pouco esse tão limitado presidente

Por Maria ida Fontenelle
Atualizado em 30 jul 2020, 19h03 - Publicado em 1 abr 2020, 11h00

Embora eu saiba que não estou autorizada a falar do psiquismo de quem quer que seja, a fazer nenhuma analise selvagem de uma pessoa que não conheço, posso, sim, me autorizar a divagar, a fantasiar diante de qualquer realidade.

Nessa linha, tenho tentado entender um pouco esse tão limitado presidente que o Brasil arrumou. Como esse homem tão precário intelectualmente, tão primário, tão inculto, pode dar conta de uma tarefa tão árdua e complexa como governar um país gigantesco em problemas, em diversidade, em território?

Não consigo não ver nele um old-adolescent, rebelde sem causa, criando paranoicamente suas lutas e inimigos. Nos adolescentes sempre podemos encontrar esses traços, atuações e inconsequências que até podem lhes ensinar coisas importantes na vida, mas principalmente eles, no fundo, sabem, que aprontam porque ainda têm os pais como retaguarda e que podem segurar com eles as consequências de suas bobagens. As besteiras não ficam tão serias porque, mesmo que neguem, ainda estão sob a responsabilidade dos pais. Embora os generais, o Guedes e outros fiquem lhe puxando as orelhas, o presidente não deixa de mostrar o que é, onde está. Como um adolescente, nunca se responsabiliza por seus atos, sempre foram os outros os culpados: -a imprensa, os perseguidores, a esquerda, os comunistas, o PT. Quando percebe que errou e tem que voltar atrás, faz torções inacreditáveis dos fatos, como se, numa época de tantas tecnologias, pudesse negar seus atos e falas. Inconsequentemente, também como um adolescente, ele é capaz de debochar de pessoas, do povo, e de muitos adultos que são o que ele não consegue ser, como faz agora com os especialistas da saúde. Desafia e banaliza a autoridade e o saber que deveria respeitar.

Nunca esperei realmente que ele pudesse ser diferente, mas também nunca imaginei um tal nível de despreparo, de desrespeito, de incapacidade.

Na falta de poder se inserir, verdadeiramente nos problemas e necessidades do país, ele se dedica a fazer intrigas e fofocas, a amar desmedidamente seus ídolos ( Trump, Ustra, etc) e a odiar amargamente quem dele discorda e não o reconhece no lugar (impossível) no qual ele exige ser reconhecido.

E a Tchurma? – Não mexam com meus filhos ( que , aliás, são mais extensões dele mesmo que outra coisa), não mexam com meus amigos, se são milicianos não importa. Não toquem neles! Com meus amigos fecho até a morte! Para eles sou ídolo! A eles os empregos mais valorizados!

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Tem também aquele lado da pirraça das crianças e dos adolescentes: – “aH! Vcs estão criticando, a imprensa tá falando mal? Especialistas dando opiniões? Agora é que vou manter os ministros criticados, okei? Fica o Weintraub, fica o Ernesto também, Damares, o Salles nem se fala!”

Quem sabe poderíamos começar a criticar fortemente o Mandetta porque será nossa chance que ele fique para continuar seu trabalho. Mas, pelo visto, o capitão já percebeu que o pobre do Mandetta está dando muito ibope nesse país acéfalo.

Já repararam como a gente se ocupa dele o tempo todo? Todo dia esperamos uma bobagem nova, todo dia apronta uma, todo dia ele precisa se fazer presente e nunca é por uma ação legal, por uma reflexão, por decisões importantes para os brasileiros! Agora deve estar como pinto no lixo, com todos os jornais mundiais falando dele! Todos estupefatos com tamanha irresponsabilidade, tamanha boçalidade. Que maravilha! Quantos inimigos novos para combater ou pirraçar!

Na falta de outras condições de expressão (isso ele demonstrou sempre, desde a campanha, se recusando a participar de qualquer debate), se especializou em redes sociais, – que para ele são atos mais do que suficientes para um governante, onde escreve e se exibe para seus amigos e seguidores e manda recados desaforados para os dasafetos ou para os que não o compram pelo preço que ele acha que vale. Fala também diariamente no portão de casa para seus seguidores que ali se amontoam para paparicá-lo, mandando recados que cada vez mais tomam ares ridículos

É muito impressionante também como ele não tem o menor respeito pelos seus colaboradores. É capaz de expor, criticar ou ir contra um ministro escolhido por ele, muitas vezes pela imprensa, só pelo fato de achar q o colaborador pode ameaçar ter mais visibilidade que ele.

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O presidente, no fundo, deve saber da sua total falta de condição para governar, saber que não consegue nem conseguirá responder às demandas desse país Macunaíma, com seus tão parcos recursos pessoais. Acho que o fato de ter escolhido tantos generais como auxiliares, pode mostrar, além da ideologia que abraça, que ele apostou muito numa autoridade incontestável (pelo menos para ele), que poderia endurecer se ele disso precisasse dentro da sua fraqueza e das suas impossibilidades. Lembram de seu desfile em carro aberto no dia da posse? Porque ele precisou trazer um pit-bull armado atrás dele, um doublé de si mesmo, para saudar o povo que o elegeu?

O apelo às armas é outro ponto para pensarmos: não tem conversa, vamos armar o povo! É o argumento que ele acha que conhece, no qual se locomove com mais facilidade. Quem nele votou sabia que nos quase trinta anos que passou no Congresso só se preocupou com a bancada da bala e com o salário dos militares! Como pôde um deputado, em tantos anos de mandato, eleito por um estado com tantos problemas, só ter criado caso, agredido pessoas e entretido um fazer nulo? Poderia ele sair dessa condição como presidente?

Entre outros motivos, claro, penso que sua homofobia, seu racismo, sua misoginia tem a ver também com essa tão pouca possibilidade de entender a diferença, de reflexão, de compreensão do desconhecido. É melho para ele se fechar nos seus pobres conhecimentos e convicções e tomar a posição acusatória com quem é diferente, para não correr o risco que essa diferença se aproxime dele. Melhor atacar o que não se quer conhecer para que isso fique longe, que não ameace! Fantasias homossexuais? Deus me livre! Isso é coisa de viado!

Seria bom que o país o esquecesse, conseguisse deixa-lo de lado, não publicasse suas bobagens! Quem sabe ele se cansasse da brincadeira e fosse embora? Assim como está, está ótimo para ele…, já está pensando em 22! Quer continuar com seu circo e as brincadeiras. Quer continuar no picadeiro. Para mim, um circo de horrores!

 

Maria ida Fontenelle é psicanalista

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