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De Bolsonaro, não dá para esperar nada contra o vírus

Aliados na tragédia

Por Ricardo Noblat
2 mar 2021, 12h00

Editorial de O Globo (2/3/2021)

É conhecida a frase atribuída ao Barão de Itararé: “De onde menos se espera, daí é que não sai nada”. Continua atualíssima. O país à beira do colapso, e Bolsonaro alheio a tudo. Em quase todos os estados, a ocupação das UTIs supera 80% — em alguns, já chega 100%. Secretários de Saúde pedem soluções nacionais. E o que fazem Bolsonaro e seu ministro da Saúde, general Eduardo Pazuello? Parece que o assunto não é com eles.

Nada mais representativo da alienação do que a reunião de Bolsonaro, no domingo, com ministros e os presidentes da Câmara, Arthur Lira, e do Senado, Rodrigo Pacheco. Na pauta, vacinas e ações para ajudar a economia durante a pandemia. Bolsonaro e Pazuello estavam sem máscara, atestando a insanidade num momento em que variantes mais contagiosas do Sars-CoV-2 aterrorizam o país.

O descaso é recorrente. Na quinta-feira, quando o país atingia o maior número diário de mortes na pandemia, Bolsonaro atacava o uso de máscaras, alegando que elas provocam efeitos colaterais em crianças. Citou como evidência o que era apenas uma enquete on-line, sem valor científico, feita por pesquisadores da Alemanha com objetivo de formar um banco de dados.

No que depender do governo, não haverá governo. Portanto, enquanto a União continuar a exercitar sua incompetência de todas as formas possíveis no combate à pandemia, já passou da hora de o resto da sociedade se mobilizar para conter uma tragédia pior. O vírus não cederá sem campanhas de vacinação em massa e sem a adoção de medidas rigorosas de contenção. Estados, municípios e setor privado têm de fazer tudo para suprir a omissão e a inépcia do governo Bolsonaro. Certamente terão apoio do Judiciário.

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Desde o fim de 2020, se sabia que as aglomerações de fim de ano, associadas a uma inexorável segunda onda de Covid-19, levariam o país ao colapso. Como Bolsonaro & Pazuello se prepararam para isso? Desativando leitos de UTI no SUS. O Ministério da Saúde alegou que, com o fim do Orçamento de Guerra e do estado de calamidade, não havia mais recursos para prorrogar a contratação dos leitos. Mais do que recurso, faltou gestão.

No fim de semana, a ministra Rosa Weber, do Supremo, atendendo a ações dos estados de São Paulo, Bahia e Maranhão, mandou o governo federal reativar leitos de UTIs. Precisa o STF desenhar para que o governo entenda as ações mais óbvias que tem de tomar?

A despeito da pregação de Bolsonaro, governos estaduais têm decretado toques de recolher e lockdowns para tentar frear a disseminação do vírus. São medidas acertadas, embora insuficientes. O resto do Brasil precisa se unir para garantir ações de contenção onde forem necessárias e a distribuição de vacinas, respeitando a ordem de prioridade e os grupos mais vulneráveis. É importante envolver o setor privado nessa iniciativa, possivelmente sob a coordenação das secretarias estaduais.

Não adianta esperar o governo federal para a vacinação deslanchar — a campanha anda a passo de tartaruga, com menos de 4% dos brasileiros vacinados com a primeira dose. Numa operação em que a missão da União é enviar vacinas em quantidade certa às capitais, nem isso o ministério sabe fazer direito. Confundiu Amazonas e Amapá (e Pazuello se diz especialista em logística…). Está claro que na guerra contra o novo coronavírus, Bolsonaro e Pazuello estão lutando a favor do vírus.

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