Às escondidas, ministros do Supremo Tribunal Federal sopram para jornalistas que a ministra Cármen Lúcia, coitada, está ficando isolada ao se recusar a pôr em discussão pela quarta vez em dois anos o poder de a 2ª instância da Justiça mandar prender quem por ela for condenado.
E lamentam que, assim, Cármen acabe se desgastando entre seus próprios colegas, deixando-os numa tremenda saia justa. Consideram que a postura dela compromete a boa imagem do tribunal, além de prejudicar os interesses de milhares de presos que a ele pedem socorro.
Ora, ora, ora…
Nada impede que qualquer um dos ministros levante uma questão de ordem e proponha a discussão do que Cármen não quer. Nada impede que leve um recurso à mesa, o que a obrigaria a examiná-lo. Enfim, há meios e modos de contrariar a ministra.
E por que nenhum o fez até agora?
Medo. Medo de se expor. Medo de ser execrado aqui fora como o que possa ter sido o estopim para que o tribunal suspendesse a prisão em segunda instância, beneficiando Lula, às vésperas de ser preso, e os demais presos por corrupção.
Daí a pressão para que Cármen assuma tal papel. Ela não assumirá.