Informado enquanto participava de uma festa na Embaixada de Israel, em Brasília, o presidente Jair Bolsonaro limitou-se a comentar “lamento” ao saber que a Câmara dos Deputados aprovara a devolução para o Ministério da Economia do Conselho de Controle de Atividades Financeiras (Coaf) que fazia parte do Ministério da Justiça e da Segurança Pública, aos cuidados do ex-juiz Sérgio Moro.
Mandar na Coaf foi uma das condições impostas por Moro para aceitar trocar a toga e o comando da Operação Lava Jato pelo terno bem comportado de ministro do governo do capitão. Ele suportou – e ainda suporta – críticas pesadas dos seus desafetos por ter feito o que fez. A decisão da Câmara ainda precisa ser referendada pelo Senado, mas será na certa.
Bolsonaro, mais adiante, poderá vetá-la. Mas é improvável que queira arranjar mais uma encrenca com o Congresso. Até porque um eventual veto poderá ser derrubado por deputados e senadores. É costume de Bolsonaro não ligar para derrotas colhidas por seus ministros. Derrotas são problemas deles. Vitórias, trunfos de Bolsonaro. Vida que segue.
A de Moro ainda passará por novas atribulações. Ele não é querido dentro do Congresso, pelo contrário. Se Bolsonaro de fato o indicar para uma vaga de ministro do Supremo Tribunal Federal, seu nome não será aprovado por unanimidade pelo Senado. Se for aprovado…