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Por Coluna
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Bolsonaro blefa pela segunda vez em menos de um ano

Está cada vez mais isolado

Por Ricardo Noblat
Atualizado em 30 jul 2020, 19h08 - Publicado em 28 fev 2020, 08h00

O carnaval pode ter passado, mas o ano político só começará de verdade depois das manifestações marcadas para o próximo dia 15 contra o Congresso e a Justiça. Convocadas por movimentos conservadores e patriotas, elas foram endossadas pelo presidente Jair Bolsonaro que, ora, confirma seu apoio, ora desconversa.

Não foi assim de outras vezes? Por que não seria desta? Pode parecer que não, mas Bolsonaro é bastante previsível nos seus movimentos, por mais que eles ainda causem espanto aos que não se acostumaram. Sempre que se vê acuado por uma conjuntura desfavorável, tenta jogar seus devotos contra os demais Poderes.

No dia 17 de maio do ano passado, depois que estudantes foram às ruas cobrar mais verbas para a Educação, Bolsonaro compartilhou por WhatsApp um texto que dizia que o Brasil, fora dos conchavos, era “ingovernável”. O autor do texto, um analista da Comissão de Valores Imobiliários, isentava Bolsonaro de qualquer culpa.

Culpadas eram as corporações, o Congresso, a Justiça, e quem mais impedia Bolsonaro de governar e de fazer o que prometera. Procurado naquele mesmo dia para comentar o texto, Bolsonaro mandou dizer por meio do seu porta-voz:

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“Venho colocando todo meu esforço para governar o Brasil. Infelizmente, os desafios são inúmeros e a mudança na forma de governar não agrada àqueles grupos que no passado se beneficiavam das relações pouco republicanas. Quero contar com a sociedade para juntos revertermos essa situação”.

Seus devotos entenderam o recado. No domingo dia 26 do mesmo mês, aos milhares, ocuparam as ruas de mais de 50 cidades do país e desancaram o Congresso, a Justiça e os demais desafetos do presidente aos gritos de apoio ao “Mito”. As manifestações foram menores do que as promovidas pelos estudantes. E daí?

Em retrospecto, as dos estudantes obrigaram o governo a liberar verbas contingenciadas para a Educação. As dos bolsonaristas, para acirrar a disputa do “eles contra nós” em contraposição ao “nós contra eles” estimulado pelo PT quando governava. A reforma da Previdência só foi aprovada no final de outubro.

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Sem nenhuma originalidade, pois, no rastro do miliciano morto na Bahia que guardava segredos, de uma economia que se arrasta a passos de cágado e de um parlamentarismo informal que cresce por culpa exclusiva de um governo ineficiente, Bolsonaro volta a apelar para uma fórmula que não deu certo a menos de um ano.

Pouco se lhe dá se o resultado desta vez será igual, melhor ou pior do que da vez anterior. Comporta-se como um intruso que conseguiu meter-se na mesa de jogadores profissionais do carteado. Desconhece as regras do jogo porque nunca quis aprendê-las. Então blefa a espera que o blefe dê certo pelo menos uma vez.

Seu isolamento é crescente a ponto de ele preferir cercar-se de ex-companheiros de farda. Não tem um plano para governar, nunca teve. Jamais imaginou que se elegeria presidente. Lançou-se candidato só para ajudar os filhos em suas carreiras. Na noite da sua vitória, chorou perplexo diante do que estava por vir.

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Só chama manifestações de rua o governante que suplica por ajuda.

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